sábado, 18 de outubro de 2008

A Doutrina da justificação

Sobre a DECLARAÇÃO CONJUNTA SOBRE A DOUTRINA DA JUSTIFICAÇÃO ENTRE A IGREJA CATÓLICA E A FEDERAÇÃO LUTERANA MUNDIAL (31 de Outubro de 1999). Disponível em: http://www.vatican.va/roman_curia/pontifical_councils/chrstuni/documents/rc_pc_chrstuni_doc_31101999_cath-luth-joint-declaration_po.html.

A Declaração conjunta católico-luterana é um resumo dos resultados dos diálogos sobre a justificação ocorridos ao longo do século XX. Representa o que há de comum na compreensão da justificação pela graça de Deus na fé em Cristo, baseado principalmente na Sagrada Escritura.

Já no Antigo Testamento aparece o tema do pecado e da desobediência e da justiça de Deus. O Novo Testamento trata da justificação como o dom da salvação, libertação, reconciliação e paz com Deus e vida nova em Cristo. A justificação é dom de Deus recebido mediante a fé e que se desenvolve mediante as obras.

A concordância católico-luterana abarca um consenso nas verdades básicas e em desdobramentos distintos.

É fé comum que a justificação é obra do Deus uno e trino e que o Filho, por sua encarnação, morte e ressurreição, é a nossa justiça. Somente por graça, na fé na obra salvífica de Cristo, somos justificados e assim capacitados e chamados para as boas obras.

Fé comum

Desdobramento católico

Desdobramento luterano

O ser humano depende completamente da graça salvadora de Deus.

Por efeito da graça, o ser humano coopera no preparo e na aceitação da justificação.

O ser humano é incapaz de cooperar em sua salvação, porque como pecador ele resiste a Deus.

Deus perdoa, por graça, o pecado.

Ao crente é presenteada a renovação da pessoa interior pelo recebimento da graça.

A vida do pecador é renovada somente em união com Cristo e a justificação é livre de cooperação humana e independente da renovação de vida.

O pecador é justificado pela fé. Essa fé atua pelo amor.

O ser humano é justificado pela fé, através do batismo. Recebe de Cristo a fé, esperança e amor, que permanecem dependentes da graça.

Deus justifica o pecador somente na fé. A renovação da conduta de vida é distinta mas não separada da justificação.

A pessoa justificada permanece dependente da graça de Deus, chamada constantemente à conversão.

A graça apaga todo pecado, mas permanece a concupiscência, que não é um pecado mas inclinação. A pessoa pode se separar voluntariamente de Deus, necessitando do perdão pelo sacramento da reconciliação.

O cristão é ao mesmo tempo justo e pecador, mas após a justificação não está mais separada de Deus.

O ser humano é justificado na fé no evangelho independentemente de obras da lei.

A pessoa justificada é obrigada a observar os mandamentos de Deus.

A lei é exigência e acusação; põe a descoberto o pecado para que a pessoa se volte para a misericórdia de Deus em Cristo.

Os crentes podem confiar na misericórdia de Deus e ter a certeza da graça.

Não duvidar da misericórdia de Deus, mas se preocupar com a salvação, por causa das fraquezas e insuficiências.

Confiar somente em Cristo e ter a certeza de sua salvação.

As boas obras são frutos da justificação.

As boas obras contribuem para o crescimento na graça; a justiça é conservada e a comunhão com Cristo aprofundada. Essas obras terão recompensa no Céu.

A participação na justiça de Cristo sempre é perfeita, mas seu efeito pode crescer. A vida eterna é galardão imerecido.

Existe, pois, um consenso nas verdades básicas. As diferenças permanecem na terminologia, na articulação teológica e na ênfase da compreensão. Alguns dos desdobramentos são excludentes entre si, apesar de não serem contrários à verdade básica explicitada nesta declaração, que, no geral, não resolve as diferenças, mas acentua as semelhanças, por mínimas que sejam.

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