sexta-feira, 31 de julho de 2009

A função litúrgica do animador

A Instrução o chama de “comentador” (comentarista) no número 105b: “Incumbido de fazer aos fiéis, se for oportuno, breves explicações e admonições, a fim de os introduzir na celebração e os dispor a compreendê-la melhor". E adverte: "As admonições do comentador devem ser cuidadosamente preparadas e muito sóbrias. No desempenho da sua função, o comentador deve colocar-se em lugar adequado, à frente dos fiéis, mas não no ambão”.

Essa função é dispensável em grande parte das assembleias que já estão bastante familiarizadas com a Missa atual. Explicações, neste caso, tornam-se inoportunas.

A Instrução indica apenas as admonições que competem ao sacerdote: a admonição inicial, após o sinal da cruz e a saudação; antes da Oração dos fiéis e antes do Pai-nosso. A análise atenta mostra ainda mais: alguns "comentários" quebram o ritmo normal da Liturgia, por exemplo, no caso citado da admonição inicial, quando o comentarista faz seu "comentário" (às vezes mini-homilias) e logo em seguida o padre também faz esta admonição inicial, que lhe compete, repetindo e cansando os fiéis.

Os lugares costumeiros de se ouvir "comentários" são no início da celebração, antes da Liturgia da Palavra e antes da Liturgia Eucarística. Outros incham ainda mais a celebração colocando "comentários" antes de cada leitura e evangelho e antes da comunhão. Vejamos como são de fato estas passagens na Instrução Geral do Missal Romano (da admonição inicial já falamos acima):

- Antes da Liturgia da Palavra:"128. Terminada a oração coleta, todos se sentam. O sacerdote pode, com brevíssimas palavras, introduzir os fiéis na liturgia da palavra".

- Entre as leituras: Não há esta referência. "Pode então observar-se, se for oportuno, um breve espaço de silêncio, para que todos meditem brevemente no que ouviram". Antes do Evangelho também não há espaço: "131. Depois (da leitura) todos se levantam e canta-se o Aleluia".

- Antes das preces: "138. Terminado o Símbolo (Creio), o sacerdote, de pé junto da cadeira, de mãos juntas, convida os fiéis à oração universal com uma breve admonição".

- Antes da Liturgia Eucarística: Não há espaço. "139. Terminada a oração universal, todos se sentam, e começa o cântico do ofertório".

- Antes do Pai-nosso: "152. Terminada a Oração eucarística, o sacerdote, de mãos juntas, diz a admonição que antecede a oração dominical".

- Antes da Comunhão: Não há comentário, sequer espaço de silêncio. "159. Enquanto o sacerdote recebe o Sacramento, começa-se o canto da Comunhão".

Vemos assim que a função litúrgica do animador hoje estaria reduzida talvez a ler as intenções particulares antes da Missa e, quem sabe, dizer os avisos e convites após a Missa. Algumas grandes celebrações, principalmente campais, podem carecer de algumas intervençoes de um animador. Foi muito importante, sem dúvida, nos tempos imediatamente posteriores à reforma litúrgica da década de 60, em que o povo certamente estranharia uma nova forma de celebrar se não tivesse a ajuda de alguns comentários. Hoje, porém, os tempos são outros.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Quando existem intenções de Missa, qual é o momento para as anunciar?

A palavra intenção é citada na Intenção Geral do Missal Romano apenas no sentido de intercessão (as intenções da Oração dos fiéis).

O mesmo acontece no Missal, onde não se fala de intenção de Missa ou de Missa por intenção de alguém. A única expressão que aí encontramos, dentro da Oração Eucarística I, na Comemoração dos defuntos, é a oração que começa pela palavra «Lembrai-Vos...», e a rubrica que se lhe segue: «... e ora uns momentos pelos defuntos que quer recordar».

Como a prática das intenções particulares é bastante difundida, o melhor é que se diga antes do início da Missa, por um ministro que não seja o presidente. Importante que se lembre de que não é o fato de uma intenção ser falada ao microfone que faz com que tenha maior eficácia.

A prática da leitura de intenções pode esconder, infelizmente, às vezes, algo repudiável: por parte de alguns fiéis, desejo de aparecer; por parte de alguns maus pastores, desejo de espórtulas.

Com efeito, a celebração da missa não é para rezar apenas por determinada pessoa, nem uma simples oração de súplica. A missa é a atualização do Mistério Pascal de Jesus Cristo; é louvor, ação de graças e súplica dirigidas ao Pai, pela Igreja e em nome da Igreja; é celebração por todos os membros da Igreja, vivos ou defuntos, e por todas as grandes necessidades do mundo, que são mais vastas do que as da assembleia ali reunida.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Humanae Vitae

Resumo esquemático:
CARTA ENCÍCLICA HUMANAE VITAE DE SUA SANTIDADE O PAPA PAULO VI
SOBRE A REGULAÇÃO DA NATALIDADE - 25 de julho de 1968

disponível em: http://www.vatican.va/holy_father/paul_vi/encyclicals/documents/hf_p-vi_enc_25071968_humanae-vitae_po.html


I. ASPECTOS NOVOS DO PROBLEMA (2-3)

· rápido desenvolvimento demográfico e, em consequência, as condições de trabalho e de habitação.

· maneira de considerar a pessoa da mulher e o seu lugar na sociedade.

· domínio e organização racional das forças da natureza: em relação ao corpo, à vida psíquica, à vida social e até mesmo às leis que regulam a transmissão da vida.

II. PRINCÍPIOS DOUTRINAIS (7-18)

Uma visão global do homem (7)

· física, psicológica, demográfica, sociológica, espiritual, terrena e sobrenatural.

O amor conjugal (8)

ð ordem natural e ordem revelada

ð fonte suprema, Deus que é Amor

As características do amor conjugal (9-10)

ð humano (não animal); ato da vontade livre

ð total (não egoísta)

ð fiel e exclusivo – até à morte; compromisso do vínculo matrimonial.

ð fecundo – gerar novas vidas

ð gera paternidade responsável

· "Paternidade responsável" significa:

ð Em relação com os processos biológicos: conhecimento e respeito pelas suas funções.

ð Em relação às tendências do instinto e das paixões: domínio exercido pela razão e vontade.

ð Em relação às condições físicas, econômicas, psicológicas e sociais:

1. deliberação ponderada e generosa de fazer crescer uma família numerosa

2. decisão, por motivos graves, de evitar temporariamente, ou mesmo por tempo indeterminado, um novo nascimento.

· "Paternidade responsável" implica deveres: para com Deus, para consigo próprios, para com a família e para com a sociedade, numa justa hierarquia de valores.

Respeitar a natureza e a finalidade do ato matrimonial (11)

ð A atos sexuais dos cônjuges são "honestos e dignos", mesmo quando infecundos.

ð Deus dispôs com sabedoria leis e ritmos naturais de fecundidade.

Inseparáveis os dois aspectos: união e procriação (12)

Fidelidade ao desígnio divino (13)

ð um ato conjugal imposto ao próprio cônjuge não é um verdadeiro ato de amor

ð um ato de amor recíproco, que prejudique um dos dois aspectos inseparáveis está em contradição com a natureza do homem e com o plano de Deus e com a sua vontade.

ð Respeitar as leis do processo generativo, significa reconhecer-se não árbitros das fontes da vida.

Vias ilícitas para a regulação dos nascimentos (14)

ð aborto

ð esterilização (perpétua ou temporária)

ð toda ação que impeça a procriação

· contracepção não se enquadra em mal menor, pois há uma terceira opção (evitar o ato sexual).

Liceidade dos meios terapêuticos (15)

ð Quando o objetivo não é a contracepção em si, mas o salvamento de vidas.

Liceidade do recurso aos períodos infecundos (16)

ð ter relações sexuais só nos períodos infecundos

· Diferença essencial:

1. no recurso aos períodos infecundos os cônjuges usufruem legitimamente de uma disposição natural, como manifestação de afeto e como salvaguarda da fidelidade mútua.

2. no recurso aos métodos contraceptivos eles impedem o desenvolvimento dos processos naturais e rejeitam um dos aspectos da relação conjugal.

Graves conseqüências dos métodos de regulação artificial da natalidade (17)

ð abre caminhos à infïdelidade conjugal e à degradação da moralidade;

ð perda de respeito pela mulher

ð intervenção das autoridades públicas no setor mais pessoal e mais reservado da intimidade conjugal

III. DIRETIVAS PASTORAIS (19-31)

Domínio de si mesmo (21)

ð convicção acerca dos valores da vida e da família

ð O domínio do instinto, mediante a razão e a vontade livre (ascese)

ð esforço contínuo

· Benefícios:

ð desenvolvimento integral da personalidade

ð favorece as atenções dos cônjuges

ð extirpação do egoísmo

ð sentido de responsabilidade

Criar um ambiente favorável à castidade (22)

ð Reação contra tudo que leva à excitação dos sentidos, ao desregramento dos costumes, à pornografia

APELO AOS GOVERNANTES (23)

· política familiar providente

· educação das populações

AOS HOMENS DE CIÊNCIA (24)

· fornecer uma base suficientemente segura para a regulação dos nascimentos, fundada na observância dos ritmos naturais

AOS ESPOSOS CRISTÃOS (25)

· implorem com oração perseverante o auxílio divino; abeirem-se, sobretudo da Santíssima Eucaristia, da Penitência

APOSTOLADO NOS LARES (26)

· os cônjuges mesmos, comunicar a outros a sua experiência

AOS MÉDICOS E AO PESSOAL SANITÁRIO (27)

· promoverem soluções inspiradas na fé e na reta razão

AOS SACERDOTES (28)

· expor, sem ambigüidades, os ensinamentos da Igreja acerca do matrimônio

· não minimizar em nada a doutrina salutar de Cristo, com paciência e de bondade (29)

AOS BISPOS (30)

· uma ação pastoral coordenada, em todos os campos da atividade humana.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

O que vem a ser eclesiologia

Estudo sobre a Igreja, sua gênese, conceito, fundamentos e implicações dessa verdade de fé cristã.

Eclesiologia de comunhão

A Igreja é, primeiramente, sinal da comunhão das Pessoas divinas. Todos os membros da Igreja, pelo batismo, participam do mesmo mistério antes de qualquer distinção de missão. Também a Igreja é essencialmente comunhão de pessoas, de modo que só há Igreja onde há um povo em comunhão, entre os membros e Deus.

Eclesiologia do povo de Deus

Recuperada pelo Concílio Vaticano II, esta forma de tratar sobre a Igreja coloca em primeiro plano a unidade antes das distinções. Pelo batismo, a pessoa é incorporada à Igreja e se torna um igual membro dela. Todos têm a mesma dignidade de cristãos, membros de Cristo.

Eclesiologia trinitária

Na Trindade a Igreja encontra sua fonte: pela decisão do Pai em elevar todos os homens à participação da vida divina; pela revelação do Filho, que deu início na terra o Reino de Deus e fundou a Igreja; pelo Espírito Santo, que santifica e guia continuamente a Igreja, a fim de que seja conduzida à verdade total.

Na Trindade a Igreja encontra sua forma: a unidade. A Igreja é sinal da unidade das Pessoas divinas, pela qual todas participam da mesma divindade, na diversidade das missões.

Na Trindade a Igreja encontra seu destino: só glória celeste Ela alcançará a sua realização acabada, como Cristo que passou pela terra e foi elevado para direita do Pai, deixando o seu Espírito como guia, para que todos alcancem a mesma glória.

Igreja ministerial

A Igreja é toda ministerial, i. é, os diversos carismas suscitados pelo Espírito são postos a serviço de toda a Igreja, porque não é possível que todos desenvolvam todas e as mesmas atividades. A missão de cada membro da Igreja é construir a Igreja, mesmo a partir de uma comunidade, cada qual no estado em que foi chamado e colocando seus carismas a serviço da unidade da Igreja.

Relação Igreja e Reino

A Igreja não é o Reino, mas seu sinal. O Reino é maior que a Igreja, é a meta para qual esta se encaminha e trabalha. O Reino de Deus é a Sua Vontade plenamente realizada. A Igreja participa desde já em mistério deste Reino, principalmente a Igreja celeste, que participa da glória reservada também à Igreja peregrina.

As notas da Igreja

Unidade: a Igreja é uma por sua fonte, a Trindade, e por seu fundador, Cristo. Contudo, apresenta diversidade pela variedade de pessoas e de dons de Deus. Asseguram a unidade: a profissão de fé, o culto divino, a sucessão apostólica. Fora da unidade católica, existem muitos elementos de santificação e verdade, que provém do mesmo Cristo.

Santidade: A Igreja, sendo Corpo de Cristo, é perfeitamente santa. Unida a Ele, é santificada e santificante. Nos seus membros, a santidade está por ser adquirida. Na Igreja, os cristãos encontram a plenitude dos meios de salvação.

Catolicidade: Significa também sua unidade e universalidade. A Igreja é enviada em missão a todos os homens. Pela virtude de Cristo, em cada igreja particular legítima, está presente a Igreja Universal.

Apostolicidade: A Igreja é construída sobre os Apóstolos; conserva e transmite seu ensinamento e mantém a sucessão apostólica. Os apóstolos são a continuação visível e a garantia da missão de Cristo até o fim dos tempos.

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