Cinquenta dias depois da Páscoa, o
Espírito Santo desceu sobre a comunidade
dos discípulos "assíduos e concordes na
oração" reunidos "com Maria, a mãe de
Jesus" e com os doze Apóstolos (cf. At
1,
14; 2, 1). Portanto podemos dizer que a
Igreja teve o seu solene início com a
descida do Espírito Santo. Neste
extraordinário acontecimento encontramos
as notas fundamentais e qualificadoras da Igreja: a Igreja é una, como a comunidade
de Pentecostes, que estava unida na
oração e "concorde": "tinha um só coração
e uma só alma" (
At
4, 32). A Igreja é santa,
não pelos seus méritos, mas porque,
animada pelo Espírito Santo, mantém o
olhar fixo em Cristo, para se tornar
conforme com Ele e com o seu amor. A
Igreja é católica, porque o Evangelho se
destina a todos os povos e por isso, já
desde o início, o Espírito Santo faz com que
ela fale todas as línguas. A Igreja é
apostólica, porque edificada sobre o
fundamento dos Apóstolos, conserva
fielmente o seu ensinamento através da
cadeia ininterrupta da sucessão episcopal.
Além disso, a Igreja é, por sua natureza,
missionária, e a partir do dia de Pentecostes
o Espírito Santo não cessa de a estimular
pelos caminhos do mundo, até aos
extremos confins da terra e até ao fim dos tempos. Esta realidade que podemos
verificar em todas as épocas já está
antecipada no Livro dos Atos, onde se
descreve a passagem do Evangelho dos
Hebreus para os pagãos, de Jerusalém
para Roma. Roma está a indicar o mundo
dos pagãos, e assim todos os povos que
estão fora do antigo povo de Deus. De
facto, os Atos concluem-se com a chegada
do Evangelho a Roma. Então podemos dizer que Roma é o nome concreto da
catolicidade e da missionariedade, expressa
a fidelidade às origens, à Igreja de todos os
tempos, a uma Igreja que fala todas as
línguas e vai ao encontro de todas as
culturas.
Queridos irmãos e irmãs, o primeiro
Pentecostes aconteceu quando Maria
Santíssima estava presente no meio dos
discípulos no Cenáculo de Jerusalém e
rezava. Também hoje nos confiamos à sua materna intercessão, para que o Espírito
Santo desça abundantemente sobre a Igreja
do nosso tempo, encha os corações de
todos os fiéis e acenda neles o fogo do seu
amor.
PAPA BENTO XVI. Regina Caeli. 27 de maio de 2007
*NB.: A Igreja não nasceu em Pentecostes, mas foi manifestada; Os Padres da Igreja são unânimes em dizer que a Igreja nasceu na Cruz, onde a obra de salvação foi consumada:
“Se Adão foi figura de Cristo, o sono de Adão foi também figura do sono de Cristo, dormindo na morte sobre a Cruz, para que, pela abertura do seu lado, se formasse a verdadeira mãe dos vivos, isto é a Igreja” (Tertuliano).
"A lança do soldado abriu o lado de Cristo e foi neste momento que, de seu lado aberto, Cristo construiu a Igreja, como outrora a primeira mãe, Eva, foi formada de Adão. Por isso, Paulo escreve: somos de sua carne e de seus ossos. Com isso quer referir-se ao lado ferido de Jesus. Como Deus tomou a costela do lado de Adão, e dela fez a mulher, assim Cristo nos dá água e sangue do lado ferido, e disso forma a Igreja. Lá, nas origens, temos o sono de Adão, aqui o sono da morte de Jesus” (São João Crisótomo).
“Adão dorme para que nasça Eva. Cristo morre para que nasça a Igreja. Enquanto Adão dorme, Eva se forma do seu lado. Quando Cristo acaba de morrer, seu lado é aberto por uma lança, para que dali corram os sacramentos para formar a Igreja”.
“Se Adão foi figura de Cristo, o sono de Adão foi também figura do sono de Cristo, dormindo na morte sobre a Cruz, para que, pela abertura do seu lado, se formasse a verdadeira mãe dos vivos, isto é a Igreja” (Tertuliano).
"A lança do soldado abriu o lado de Cristo e foi neste momento que, de seu lado aberto, Cristo construiu a Igreja, como outrora a primeira mãe, Eva, foi formada de Adão. Por isso, Paulo escreve: somos de sua carne e de seus ossos. Com isso quer referir-se ao lado ferido de Jesus. Como Deus tomou a costela do lado de Adão, e dela fez a mulher, assim Cristo nos dá água e sangue do lado ferido, e disso forma a Igreja. Lá, nas origens, temos o sono de Adão, aqui o sono da morte de Jesus” (São João Crisótomo).
“Adão dorme para que nasça Eva. Cristo morre para que nasça a Igreja. Enquanto Adão dorme, Eva se forma do seu lado. Quando Cristo acaba de morrer, seu lado é aberto por uma lança, para que dali corram os sacramentos para formar a Igreja”.
"Adão jazia dormindo quando Eva foi feita,
Cristo pendia morto na Cruz e aí nasceu a Igreja, que nos irá gerar e
dar a verdadeira vida. (Santo Agostinho)
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