Como já dizia o cantor e compositor
brasileiro, Odair José, que fez grande sucesso a partir dos anos 70, com
a sua música Pare de Tomar a Pílula: “PARE DE TOMAR A PÍLULA, … Porque ela não deixa o nosso filho nascer… Todo dia a gente ama mas você não quer deixar nascer o fruto desse amor” – a qual foi censurada pelo governo brasileiro
pelo suposto entendimento de que a canção fazia propaganda contrária à
distribuição das tais pílulas para o controle de natalidade.
As
chamadas pílulas anticoncepcionais, atualmente, contraceptivos
hormonais, têm várias apresentações – comprimidos orais, injetáveis,
adesivos cutâneos, dispositivos vaginais e implantes subcutâneos. Foram
criadas nos anos 60, e eram compostas por uma combinação de estrogênios e
progestagênios em altas doses, que ao agirem sobre a hipófise, inibiam a
ovulação, portanto, eram contraceptivas. Essas descobertas coincidiram
com a revolução sexual.
Essa
formulação dos medicamentos causou vários efeitos colaterais graves,
dentre eles tromboses, infartos, AVCs, os quais chegaram a levar a óbito
algumas mulheres. Como consequência, houve várias pesquisas para se
reduzirem as doses dos hormônios, e assim, ser reduzida a incidência
dos efeitos colaterais, e sua gravidade. Houve redução progressiva, até
que chegaram às doses atuais, que são incapazes de causar um bloqueio
efetivo do eixo hipotálamo-hipófise-ovário (eixo hormonal), permitindo
que as mulheres que usam contraceptivos hormonais, apresentem ovulações
periódicas.
Além
da ação sobre a ovulação, os medicamentos também atuam na movimentação
das trompas, dificultando o percurso do óvulo para a cavidade uterina;
alteram o muco do colo uterino para que dificulte a ascensão dos
espermatozóides; e levam a uma atrofia importante do endométrio,
acompanhada de um processo inflamatório. Essas modificações não impedem a
fecundação em mais da metade dos ciclos, e quando essa acontece,
frequentemente o ovo fecundado, é impedido de se implantar na parede
uterina, ocorrendo a sua “eliminação”, junto com o sangramento
menstrual, sem haver atraso da menstruação. Esse fato é denominado
ABORTO OVULAR – há fecundação, mas não há implantação no endométrio,
seguida de perda.
Como
podemos perceber, a famosa pílula anticoncepcional impede que ‘o fruto
do amor’ nasça, muitas das vezes,provocando um aborto imperceptível.
Será que podemos concordar com seu uso?
OBS:
a fecundação acontece na trompa e após sete dias, aproximadamente, o
ovo fecundado chega à cavidade uterina, já composto por um aglomerado de
células dispostos superficialmente e com uma cavidade central,
denominado blastocisto, para se fixar ao endométrio e iniciar a formação
da circulação materno-fetal, que irá nutrir o embrião em seu
desenvolvimento.
SÚMULA DA IMPLANTAÇÃO
- MOORE, Keith L. e PERSAUD, T. V. N. Embriologia Clínica. 7ª edição. Rio de Janeiro : Elsevier, 2004. 609 páginas.
- SAAD, Mário J. A., MACIEL, Rui M. B. e MENDONÇA, Berenice B. Endocrinologia. São Paulo : Atheneu, 2007. 1251 páginas.
-
Hormonal contraception and risk of venous thromboembolism: national follow-up study.
-
Benefits and risks of hormonal contraception for women.
- Quais são os efeitos dos anticoncepcionais orais? – WWW.providafamilia.org
- WWW.coladaweb.com
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