A essência é aquilo que faz coisa ser o que é.
A essência do homem é a humanidade (não é o corpo, o formato, a matéria; estes são "acidentes", podem estar presentes ou não).
A
essência de Deus é Deus mesmo, ou a divindade. Essa essência (ou
natureza) é eterna, una, imutável, etc. Não há nenhum tipo de distinção
de essência em Deus: as três Pessoas tem a mesma essência: a divindade,
idêntica.
A distinção que existe em Deus é nas Pessoas. Aqui porém, temos que apelar para a analogia e a linguagem insuficiente:
Aquela Pessoa que é o "princípio" da divindade, que "dá origem" as outras duas Pessoas, chamamos Pai.
O
Pai, desde toda eternidade e para sempre, continuamente ama, contempla,
visualiza a Si mesmo. Esta sua Imagem, que é Ele mesmo, não é outro
Deus, mas o "si mesmo", o objeto do amor do Pai: é o Filho. A esse ato
eterno chamamos "geração", por analogia ao ato humano da geração dos
filhos, que é diferente de criação. O filho (e também o Filho eterno de
Deus) não é criado, mas "sai" do Pai.
Não houve um momento em que o
Filho não existia; Ele existe sempre, Ele é gerado, contemplado, na
eternidade, continuamente, está sempre diante do Pai.
Desse amor
mútuo entre o Pai (amante) e o Filho (amado) podemos distinguir um
terceiro elemento, que é o próprio Amor. A relação entre o Pai e o Filho
não pode ser outra coisa senão também natureza divina. Não é algo de
fora que faz o Pai amar o Filho, mas é o próprio Deus que ama a si mesmo
e é amado por si mesmo. A essa relação damos o nome de "procedência" e
corresponde à Pessoa do Espírito Santo: Ele não é "gerado" como o Filho
porque "sai" de ambos - procede da relação entre o Pai e o Filho.
É próprio do Pai gerar;
É próprio do Filho ser gerado;
É próprio do Espírito Santo proceder de ambos.
O processo (daí procedência, proceder, processão)
de relação que dá "origem" ao Espírito Santo chama espiração, porque seu
termo é o Espírito. Espiração (com s mesmo) é o termo usado para designar a procedência do
Espírito Santo: Ele é espirado, exalado do Pai e do Filho, de ambos, não
de um ou outro. No ato eterno de geração do Filho pelo Pai, da
contemplação de ambos "sai" o Espírito Santo.
A relação do Pai para com o Filho é a Paternidade;
A relação do Filho para com o Pai é a Filiação;
A relação do Pai e do Filho (porque a procedência é de ambos) para com o Espírito é a Espiração Ativa (porque o Pai e o Filho agem, espiram)
A relação do Espírito Santo para com o Pai e o Filho é a Espiração passiva (porque o Espírito sofre a ação, é espirado)
Temos, então, quatro relações em Deus.
Pai --> Filho
Filho --> Pai
Pai e Filho --> Espírito
Espírito --> Pai e Filho
(resumo de material do Curso de Iniciação Teológica: www.cursoscatolicos.com.br)
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