sábado, 21 de fevereiro de 2009

Rito da Paz e a fração do Pão

Convém «que cada um dê a paz, sobriamente, só aos mais próximos a si. O sacerdote pode dar a paz aos ministros, permanecendo sempre dentro do presbitério, para que não altere a celebração». Não está previsto nenhum canto para este momento, que deve ser breve e sóbrio em virtude do rito que se segue: a fração do Pão, enquanto se entoa o «Cordeiro de Deus». O gesto da fração do pão, «realizada por Cristo na Última Ceia, que no tempo apostólico deu nome a toda a ação eucarística, significa que os fiéis, sendo muitos, formam um só corpo pela Comunhão de um só pão de vida, que é o Cristo morto e ressuscitado para a salvação do mundo (1 Cor 10, 17)». A recitação do «Cordeiro de Deus» é função do coro e da assembleia.

A procissão das oferendas

No início da liturgia eucarística são levadas ao altar as oferendas que se converterão no Corpo e Sangue de Cristo.
É louvável que os fiéis apresentem o pão e o vinho que o sacerdote ou o diácono recebem em lugar conveniente e depõem sobre o altar, proferindo as fórmulas estabelecidas. Embora os fiéis já não tragam de casa, como outrora, o pão e o vinho destinados à liturgia, o rito de levá-los ao altar conserva a mesma força e significado espiritual.
Também são recebidos o dinheiro ou outros donativos oferecidos pelos fiéis para os pobres ou para a igreja; serão, no entanto, colocados em lugar conveniente, fora da mesa eucarística (altar).
Cuidado, porém, o “animador” para que não diga que “vamos receber pão e vinho”. Estamos apresentando, ofertando, oferecendo pão e vinho que se converterão em Corpo e Sangue de Cristo. Melhor ainda se não houver nenhum comentário.

As preces dos fiéis ou Oração Universal

Nesta oração, exercendo a sua função sacerdotal, o povo suplica por todos os homens. Normalmente serão estas as séries de intenções:

1. pelas necessidades da Santa Igreja,

2. pelos poderes públicos e pela salvação de todo o mundo,

3. pelos que sofrem qualquer dificuldade,

4. pela comunidade local.

No entanto, em alguma celebração especial, tal como Confirmação, Matrimônio, Exéquias, as intenções podem referir-se mais estreitamente àquelas circunstâncias.

Toda a assembleia exprime a sua súplica, seja por uma invocação comum após as intenções proferidas, seja por uma oração em silêncio. É comum ouvirmos, porém, o leitor ou um “comentarista” indicar inadequadamente: “a nossa resposta será...”.

Como vimos, a assembleia suplica, não responde. Basta o costumeiro “rezemos” ou “por isso pedimos” seguido da súplica após cada prece, para que a assembleia entenda o que deve fazer.


Veja alguns modelos que podem ser usados neste subsídio do Apostolado Motus Liturgicus.

Meses, semanas e dias temáticos

“A comunidade deve celebrar a sua vida na liturgia(...). Mas deve celebrá-la à luz de Jesus Cristo ressuscitado, vivo, presente e atuante na comunidade, e não à luz de um tema, de uma idéia (...). Deve celebrar a sua vida, sim, com os problemas que lhe tocam mais de perto; mas à luz da palavra viva, como o único tema... e quando não se penetra profundamente na palavra de Deus, na docilidade do Espírito, facilmente pode-se cair na moralização. (...) Assim, o domingo celebra realmente a vida da comunidade, nos seus diversos coloridos, mergulhada na única vida do Ressuscitado que lhe dá via”.
A liturgia não pode se tornar lugar para discutir soluções e respostas para os temas e problemas que afligem a comunidade. A liturgia “não esgota toda a ação da Igreja” (SC 9). Ela é, sim, “o cume para o qual tende a ação da Igreja e, ao mesmo tempo, é a fonte donde emana a sua força” (SC 10).
A liturgia não é primordialmente o lugar de evangelização e conscientização. Ela “não pode ser aproveitada (usada) quase que exclusivamente para fins que não lhe pertencem. Pois seu objetivo é a celebração da presença viva do mistério da vida. Daí se poderá concluir também que a missa não tem tema. Ela é o tema! Existem coloridos diferentes para a celebração, segundo as ‘cores’ da vida da comunidade. Mas o único tema é sempre o mesmo na diversidade das situações: a luz do mistério pascal nas ‘cores’ diferentes da vida trazida com seu mistério para o encontro da celebração dominical”.

Quaresma, Liturgia e Silêncio

O amor misericordioso de Deus nos enche da esperança de uma vida nova mediante o mistério pascal, o fundamento da nossa fé cristã. De fato, o tempo da quaresma na vida da Igreja orienta seus membros para uma renovação profunda, como fruto da conversão que deve ser animada pela boa nova das palavras e ações de Jesus.

A nossa fé se expressa de um modo especial na vida litúrgica. Para nosso auxílio, a Igreja propõe gestos e atitudes significativos.

O silêncio antes, durante e após a Celebração é retomado com mais evidência nesse tempo da Quaresma. Um silêncio que brota do coração que celebra e o conduz ao essencial, isto é, o mistério da fé. O “hino de louvor” e o “Aleluia” da aclamação ao Evangelho são omitidos, o que torna uma referência para que os fiéis compreendam que a Igreja está num retiro, na busca do despojamento tendo como Mestre e Modelo o próprio Jesus.

Por esse motivo, “no tempo da Quaresma só é permitido o toque do órgão e dos outros instrumentos musicais para sustentar o canto” (IGMR 313) de modo que a assembléia experimente certo impacto e se envolva efetivamente no que a Igreja propõem. O mesmo serve para ornamentações: “No tempo da Quaresma não é permitido adornar o altar com flores. Excetuam-se, porém, o domingo Laetare (IV da Quaresma), as solenidades e as festas” que podem ocorrer nos dias de semana (IGMR 305).

Seria uma grande oportunidade para pôr em prática o que a própria Instrução Geral do Missal Romano indica (IGMR 45): “no ato penitencial e a seguir ao convite à oração, o silêncio destina-se ao recolhimento interior; a seguir às leituras ou à homilia, é para uma breve meditação sobre o que se ouviu; depois da Comunhão, favorece a oração interior de louvor e ação de graças”. Evite-se a insistência de tantos comentários, com informações evidentes e desnecessárias, que atrapalham o “ritmo” da Santa Liturgia.

Colaboração de Ir. Ronildson de Aquino, FAM - ronyfam@yahoo.com.br

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

O Reino de Deus está próximo

Pistas de reflexão sobre a liturgia do I Domingo da Quaresma (Gn 9,8-15; Sl 25; 1Pd 3,18-22; Mc 1,12-15)

No relato do dilúvio, Deus promete a Noé e a todos os seus descendentes que “as águas não mais se tornarão um dilúvio para destruir toda carne” (Gn 9,15). Jesus, a nova e eterna Aliança, faz das águas um sinal de salvação e do seu Reino que se aproxima.
De fato, pelo Batismo somos mergulhados no mistério da morte do Filho de Deus, e com Ele ressurgimos para uma vida nova. Alimentados pela Palavra e a Eucaristia, e vencendo as tentações, caminhamos fortalecidos para o Reino definitivo de Deus, meta de toda a nossa existência.
Eis o significado e o compromisso para o qual a Igreja nos chama nesta Quaresma: fazer da nossa vida uma intensa preparação para a Páscoa, nossa ressurreição com Cristo, anunciando com o testemunho e a palavra que o Reino de Deus foi inaugurado e precisa da nossa conversão diária para que ele cresça.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Infalibilidade do Sumo Pontífice

Muitos, por desconhecimento dessa doutrina ou por má fé, questionam aos Católicos como pode o Papa ser isento de erro se ele peca. Para isso é necessário elucidar que infalibilidade é diferente de impecabilidade.

A doutrina da Infalibilidade do Papa diz que o Sumo Pontífice é infalível quando fala nas condições "ex cathedra", isto é:

1. Quando, na qualidade de Pastor Supremo e Doutor de todos os fiéis, se dirige a toda a Igreja;
2. Quando o objeto de seu ensinamento é a moral, fé ou os costumes;
3. Quando manifesta a vontade de dar decisão dogmática e não simples advertência, instrução de ordem geral.

Em suma, o Papa é infalível quando se dirige, como tal, a toda a Igreja; quando o objeto de seu pronunciamento é moral, fé ou os costumes e quando pronuncia que dará decisão dogmática, ou seja, ele define, manifesta tal decisão.

Em outras palavras, o Papa está passível de falha fora dessas três condições. É necessário elucidar, no entanto, que quando dissemos que o Santo Padre faz um pronunciamento passível de falha, não significa necessariamente que ele falhou, apenas que tal ensinamento ou pronunciamento não foi emitido nas condições "ex-catedra".

A razão da infalibilidade pode ser deduzida das Sagradas Escrituras. Vemos em Mt 28,19-20:

"Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo."(Jesus Cristo à sua Igreja)

Em Jo 14,17.26 Jesus diz a seus apóstolos:
"E o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece, mas vós o conhecereis, porque permanecerá convosco e estará em vós."

"Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ensinar-vos-á todas as coisas e vos recordará tudo que vos tenho dito".

As próprias "Chaves do Reino dos céus" e a promessa de que "as portas do inferno não prevaleceriam sobre ela" (Mt 16, 18-19) é uma característica da infalibilidade do Papa, pois, se Nosso Senhor disse aos apóstolos que eles iriam ensinar a humanidade e que estará com sua Igreja (composta inicialmente por São Pedro e os outros 11 onze apóstolos) até o fim do mundo, então, pela providência divina, esta Igreja não ensinaria nada contra a vontade de Deus.

Portanto, o Papa é infalível nas suas funções como autoridade instituída por Nosso Senhor Jesus Cristo. No entanto, ter a infalibilidade de ensinar não significa necessariamente ser santo, pois o próprio São Pedro, primeiro Papa da Igreja fundada por Jesus Cristo, pecou.

O fiel comum não é capaz, através de debates com outras pessoas, de definir um ensinamento isento de erro, mesmo os grandes teólogos não possuem essa capacidade. Suas conclusões somente são aceitas quando são colocadas sob apreciação do Magistério Infalível da Santa Igreja centrada na figura do Papa.

Eis o que se deve entender por "infalibilidade" da Igreja, no seu Magistério e no Papa.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Quantas procissões podem haver na Missa?

As procissões estão entre os gestos e atitudes corporais que “visam conseguir que toda a celebração brilhe pela beleza e nobre simplicidade, que se compreenda a significação verdadeira e plena das suas diversas partes e que se facilite a participação de todos. Para isso deve atender-se ao que está definido pelas leis litúrgicas e pela tradição do Rito Romano, e ao que concorre para o bem comum espiritual do povo de Deus, mais do que à inclinação e arbítrio de cada um” (IGMR 42).
As procissões previstas no Missal Romano são (conferir IGMR 44):
1. “do sacerdote ao dirigir-se para o altar com o diácono e os ministros;
2. do diácono, antes da proclamação do Evangelho, ao levar o Evangeliário ou Livro dos evangelhos para o ambão;
3. dos fiéis ao levarem os dons
4. e ao aproximarem-se para a Comunhão.
Convém que estas ações e procissões se realizem com decoro, enquanto se executam os cânticos respectivos, segundo as normas estabelecidas para cada caso”.

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