Reflexão para o 31º Domingo do Tempo Comum - Ano A
Mt 22,11-12: “O maior dentre vós deve ser aquele que
vos serve. Quem se exaltar será humilhado, e quem se humilhar será exaltado” (Veja também: 1ª leitura: Ml
1,14b-2,2b.8-10; Salmo 131; 2ª leitura:
1Ts 2,7b-9.13; Evangelho: Mt 23,1-12).
Deus, fonte de toda autoridade
O Evangelho de hoje é uma
das palavras de Jesus consideradas de difícil interpretação a uma primeira
vista. Parece que Jesus proíbe os títulos de autoridade, como pai e mestre,
porque todos são irmãos.
O equívoco de interpretação
se desfaz pelo próprio texto, onde Jesus começa apontando algo de positivo nos
mestres da lei e fariseus daquele tempo: “Os mestres da Lei e os fariseus têm
autoridade para interpretar a Lei de Moisés. Por isso, deveis fazer e observar
tudo o que eles dizem.” (Mt 23,2s) Ora, toda autoridade legítima vem de Deus e
é necessária à organização da vida social e eclesial.
Este Evangelho também
lembra, bem como a primeira leitura, que o peso da responsabilidade é tão maior
quanto for a autoridade e o conhecimento. Os sacerdotes e mestres daquele tempo
tinham sido tomados pelo egoísmo e arrogância, instrumentalizando sua
autoridade legítima para fins próprios. Suas vestes, ornadas com os
mandamentos, se tornaram meios de chamar a atenção para si, alimentando a
vaidade. As vestes litúrgicas católicas, ao contrário, significam que a pessoa
se esconde para que Deus aja, que a beleza da liturgia aponta para a verdadeira
Beleza, diferente deste mundo.
Jesus ensina àqueles que têm
responsabilidade, por mínima que seja, a agir com humildade, não atraindo para
si os possíveis frutos de suas ações. Somos todos criaturas, filhos de um mesmo
Pai; todo o que ensina, o faz por dom do Espírito, único Mestre, de onde provém
toda a sabedoria; todo o que é guia para outros, não pode atrair ninguém a si,
mas apontar o verdadeiro caminho, como o Cristo, o Guia, aponta para o Pai.