sábado, 26 de dezembro de 2009

Boletim mensal para formação litúrgica "Memento" Jan/2010 disponível

Disponível para download no formato PDF. Imprima em folha A4 frente e verso e dobre ao meio para obter o boletim.
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Memento II-13. Jan/2010 - O Batismo com que Jesus foi batizado; A conexão entre a palavra e o rito; Lendas litúrgicas; glossário: ceia; As vestes e os paramentos litúrgicos; Qual o modo correto de um sacerdote não concelebrante comungar?

sábado, 19 de dezembro de 2009

"Se quiseres cultivar a paz, preserva a criação"

A Mensagem de Bento XVI para o Dia Mundial da Paz 2010, datada de 08 de dezembro de 2009 (em plena Conferência sobre Mudanças Climáticas em Copenhagen), traz como tema o problema ecológico: “Se quiseres cultivar a paz, preserva a criação”.
O tema não é inédito nas Mensagens para o Dia da Paz, e muito menos no Magistério da Igreja. Bento XVI cita explicitamente João Paulo II, que em 1989 tratou na Mensagem do respeito devido à natureza, e Paulo VI, que em 1971, relembrando a Rerum Novarum de Leão XIII, chamava a atenção para o risco de destruição da natureza por parte do homem.
O Papa relembra, em toda esta Mensagem, os princípios evidenciados na sua última encíclica, Caritas in Veritate, pedindo uma profunda revisão no modelo de desenvolvimento atual. Chama a refletir sobre o sentido e os objetivos da economia e clama por uma profunda renovação cultural.
Retomando os textos do Gênese, observa-se a deturpação da tarefa de dominar, cultivar e guardar a terra como uma consequência do pecado que tornou o homem egoísta. A herança da criação pertence, por vontade de Deus, à humanidade inteira, inclusive às gerações futuras. Por isso a necessidade de uma “leal solidariedade entre as gerações”, assim como entre os indivíduos da mesma geração, independente da comunidade ou nação a que pertença.
A responsabilidade pela criação é de todos e de cada um individualmente. É indispensável a adoção de “novos estilos de vida” e é grande a “responsabilidade dos meios de comunicação social neste âmbito, propondo modelos positivos que sirvam de inspiração”.
“Quando a “ecologia humana” é respeitada dentro da sociedade, beneficia também a ecologia ambiental”, recorda o Papa este princípio da Caritas in Veritate. “Não se pode pedir aos jovens que respeitem o ambiente, se não são ajudados, em família e na sociedade, a respeitar-se a si mesmos”.
Não se deve, porém, absolutizar a natureza, considerando-a mais importante que a pessoa. Ecocentrismo e biocentrismo são visões deturpadas e panteístas da dignidade dos seres vivos. “A Igreja convida a colocar a questão de modo equilibrado” e ao homem cabe “o papel de guardião e administrador responsável da criação”.

Leia a mensagem na íntegra.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Motu Proprio “Omnium in Mentem”

Tradução ao português do Motu Proprio publicado em 15 de dezembro de 2009, que altera alguns textos do Código de Direito Canônico referentes ao matrimônio e ao diaconato.
Versões oficiais em italiano e latim. Tradução em espanhol da Agência Zenit.



A Constituição Apostólica Sacrae disciplinae leges, promulgada em 25 de janeiro de 1983, chamava a atenção de todos que a Igreja, enquanto uma comunidade ao mesmo tempo espiritual e visível, e organizada hierarquicamente, necessita de normas jurídicas "para que o exercício das funções que lhe foi confiada por Deus, especialmente a do poder sagrado e da administração dos sacramentos, possa ser adequadamente organizado. " Em tais normas é necessário que resplandeça sempre, por um lado, a unidade da doutrina teológica e da lei canônica, e, por outro, a utilidade pastoral das prescrições, através as quais as disposições eclesiásticas são ordenadas para o bem das almas.

Com o fim de garantir mais eficazmente tanto esta necessária unidade doutrinal como a finalidade pastoral, às vezes a autoridade suprema da Igreja, depois de pesar as razões, decide as alterações adequadas às normas canônicas, ou introduz nelas alguma integração. Esta é a razão que nos leva a escrever esta carta, que diz respeito a duas questões.

Primeiro, nos cânones 1008 e 1009 do Código de Direito Canônico sobre o sacramento da Ordem, confirmando a distinção essencial entre o sacerdócio comum dos fiéis e o sacerdócio ministerial e, ao mesmo tempo, se diferencia entre o episcopado, o sacerdócio e diaconato. É por isso que, depois de ouvir os Padres da Congregação para a Doutrina da Fé, o nosso venerado predecessor João Paulo II estabeleceu que era devido a reformular o número 1581 do Catecismo da Igreja Católica a fim de recolher a melhor doutrina dos diáconos da Constituição Dogmática Lumen Gentium (n º 29) do Concílio Vaticano II, também consideramos dever perfeccionar a norma canônica sobre o mesmo assunto. Portanto, ouvido os pareceres do Conselho Pontifício para os Textos Legislativos, estabelecemos que as palavras de tais cânones sejam modificadas como se segue.

Além disso, dado que os sacramentos são os mesmos para toda a Igreja, é competência unicamente da suprema autoridade aprovar e definir os requisitos para sua validade, e também determinar o que se refere ao rito que é necessário observar na celebração dos mesmo ( cf. can. 841), que certamente também se aplica à maneira como ele deve observar-se na celebração do matrimônio, se pelo menos uma das partes tenha sido batizado na Igreja Católica (cf. cân. 11, 1108).

O Código de Direito Canónico estabelece ainda que os fiéis que foram separados da Igreja com o "ato formal", não são obrigados pelas leis eclesiásticas relativas à forma canônica do matrimônio (cf. cân. 1117), à dispensa de impedimento por disparidade de culto (cf. cân. 1086) e do pedido de licença necessária para casamentos mistos (cf. cân. 1124). A razão e o propósito desta exceção à regra geral da Canon 11 tinha como fim evitar que os matrimônios contraídos por esses fiéis fossem nulos por defeito de forma, ou por impedimento pela disparidade de culto.

No entanto, a experiência destes anos tem demonstrado, ao contrário, que esta nova lei tem gerado não poucos problemas pastorais. Primeiro de tudo, tornou-se difícil a determinação e a configuração prática, em casos individuais, desse ato formal de separação da Igreja, quer em termos do seu conteúdo teológico, quer em termos de seu aspecto canônico. Além disso, tem havido muitas dificuldades tanto na práxis pastoral quanto nos tribunais. De fato, se observa que da nova lei pareciam nascer, pelo menos indiretamente, uma certa facilidade, ou como se fosse um incentivo para a apostasia nos locais onde os fiéis são em número reduzido, ou também onde as leis matrimoniais existentes são injustas, que estabeleçam discriminações entre os cidadãos por motivos religiosos; também dificultava a volta desses batizados que desejavam contrair um novo matrimônio canônico, após o fracasso do precedente; finalmente, omitindo outras coisas, muitos desses matrimônios se convertiam de fato para a Igreja em matrimônios chamados clandestinos.

Considerando tudo isso, e avaliados cuidadosamente os pareceres dos Padres da Congregação para a Doutrina da Fé e do Pontifício Conselho para os Textos Legislativos, bem como das Conferências Episcopais que foram consultadas sobre a utilidade pastoral de conservar ou ab-rogar essa excepção à regra geral do Canon 11, pareceu necessário abolir essa regra do corpo da lei canônica em vigor.

Estabelecemos portanto que se elimine do mesmo Código as palavras "e não separado dela com ato formal" do cânone 1117, "e não separado dela por ato formal" do cânon 1086 § 1 º, bem como "e não separado da mesma com ato formal" do cânon 1124.

Portanto, tendo ouvido a respeito a Congregação para a Doutrina da Fé e o Pontifício Conselho para os Textos Legislativos e pedido o parecer também de nossos veneráveis irmãos Cardeais da Santa Igreja prepostos nos dicastérios da Cúria Romana, estabelecemos o seguinte:

Artigo 1. O texto do can. 1008 do Código de Direito Canônico, seja alterado de modo que, doravante resulte assim:

"Com o sacramento da ordem, por instituição divina, alguns entre os fiéis, através do caráter indelével com que são assinalados, são constituídos ministros sagrados; aqueles portanto que são consagrados destinam-se a servir, cada um no seu grau, com novo e peculiar título, o povo de Deus. "

Artigo 2. O Can. 1009 do Código de Direito Canónico, agora terá três parágrafos, o primeiro dos quais mantém o atual texto do cânon, enquanto que no terceiro, o novo texto será redigido de modo que o can. 1009 § 3 resulte assim:

"Aqueles que estão constituídos na ordem dos bispos ou sacerdotes recebem a missão e o poder de agir na pessoa de Cristo Cabeça; os diáconos são habilitados para servir o povo de Deus na diaconia da liturgia, da palavra e caridade ".

Artigo 3. O texto do can. 1086 § 1 do Código de Direito Canônico é alterado como segue:

"É inválido o matrimônio entre duas pessoas, das quais uma é batizada na Igreja Católica ou acolhida nela, e a outra não é batizada".

Artigo 4. O texto do can. 1117 do Código de Direito Canônico é alterado como segue:

"A forma estabelecidos acima deve ser observada se pelo menos uma das partes contraentes do matrimônio é batizada na Igreja Católica ou acolhida nela, salvas as disposições do cân. 1127 § 2".

Artigo 5. O texto do can. 1124 do Código de Direito Canônico é alterado como segue:

"O matrimônio entre duas pessoas batizadas na Igreja católica ou nela acolhida depois do batismo, em que uma esteja ligada a uma Igreja ou comunidade eclesial não em plena comunhão com a Igreja Católica, não pode ser realizada sem licença da autoridade competente ".

Como temos deliberado com esta Carta Apostólica em forma de Motu Proprio, ordenamos que tenha firme e estável vigor, não obstante qualquer disposição em contrário ainda digna de menção particular, e que seja publicada no comentário oficial da Acta Apostolicae Sedis.

Dado em Roma, em São Pedro, no dia 26 de outubro de 2009, o quinto do nosso Pontificado.

BENEDICTUS PP XVI

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

A Teologia dos Sacramentos

A salvação humana operada por Jesus Cristo está inserida na história e na humanidade. Deus absolutamente transcendente, o Pai, envia seu Filho para se encarnar e entrar na dinâmica humana do tempo e da matéria. O Filho encarnado tornou-se sinal visível do Pai, da sua graça e da sua salvação. Tornou-se sacramento.

O ser humano, simbólico que é, só pode compreender pela linguagem, sinais, gestos, palavras que unem a coisa a seus significados Tal é o sacramento: um sinal que aponta para uma realidade que está para além da coisa em si. Em se tratando dos sacramentos da fé, o sacramento é o sinal eficaz da graça de Deus. Eficaz porque é o próprio Cristo quem atua por aquele sinal.

Uma vez na história e, pela ressurreição, ao mesmo tempo eterno, também o Filho deixou seu sacramento, aquilo que é sua presença constante na história humana: a Igreja. Porque a salvação que Jesus Cristo realizou é definitiva e é graça de Deus oferecida a todos os homens, até a consumação dos tempos, havia a necessidade de que sua presença fosse sensível e não apenas uma lembrança de um fato passado.

Pela Igreja, Jesus manifesta e oferece a salvação de modo universal, mas também individualmente, nos momentos existenciais mais decisivos da história pessoal e comunitária. Esses momentos em que se manifestam de modo singular a graça de Deus na vida do homem são sete, pela Tradição da Igreja e por instituição de Jesus Cristo, a saber, o nascimento e o crescimento, o alimento e a conversão, a vocação à família ou à comunidade, e situação de doença ou proximidade da morte. Não que se deva procurar em Jesus histórico uma instituição verbal ou ritual dos sacramentos, mas que, uma vez instituída a Igreja diretamente por Jesus, a instituição e eficácia dos sacramentos está garantida, de modo que Ele age pela Igreja.

A definitividade e universalidade da salvação e o seu caráter gratuito esbarra na liberdade humana. O sacramento, pelo que é sinal eficaz da graça, não depende de quem o administra nem de quem o recebe. Mas a liberdade de quem recebe pode aceitar ou rejeitar os frutos da graça. Os sacramentos supõe a fé, aceitação daquilo que é proposto por Deus pela Igreja. Assim, a iniciação cristã pelos sacramentos do batismo-crisma tem um caráter de inserção na comunidade de fé e também de alimento à fé. Pela iniciação, o iniciado é inserido no mistério salvífico de Jesus Cristo. Pela recepção da fé da Igreja, pode então fortificar em si e alimentar essa fé pelos outros sacramentos.

O sacramento tem um aspecto de sinal rememorativo, demonstrativo e prognóstico. É rememorativo porque evoca o acontecimento salvífico de Jesus Cristo, sua encarnação na história humana, que do passado se prolonga pela ressurreição até o presente onde é assumido por meio do sacramento. No seu aspecto demonstrativo, sinaliza a graça atual, em que Cristo age no presente onde é celebrado. A dimensão prognóstica, futura ou escatológica indica a consumação da graça no Reino definitivo, que se pode já vislumbrar nos sacramentos.

A necessidade dos sacramentos para alimentar a vida de fé se baseia no aspecto humano da comunicação. O homem assume com maior eficácia aquilo que lhe é comunicado por vias inteligíveis, sensíveis, porém, no caso dos sacramentos, sem poder abarcar todo o mistério. A graça invisível de Deus é colocada no nível humano de compreensão para que o próprio ser humano assimile e viva com maiores frutos, de acordo com sua capacidade, aquilo que é alimento para sua fé.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Papa adverte sobre perigos de teologia marxista da libertação e pede superar suas graves consequências


Notícias recolhida e traduzida de http://www.aciprensa.com/noticia.php?n=27796

VATICANO, 05 Dic. 09 / 08:22 am (ACI)

O Papa Bento XVI advertiu sobre os perigos da teologia da libertação marxista e encorajou a superar as suas graves consequências no meio das comunidades eclesiais, como a rebelião e discórdia, à luz da Instrução Libertatis Nuncius que completa 25 anos de publicação e foi escrito quando ele era prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé.

Ao receber neste meio-dia do grupo de Bispos do Brasil do Sul 3 e Sul 4 em visita ad limina, o Santo Padre recordou que "em agosto passado se completou o 25 º aniversário da Instrução Libertatis Nuncius da Congregação para a Doutrina da Fé sobre alguns aspectos da teologia da libertação, que sublinha os perigos da aceitação acrítica, realizada por alguns teólogos, de teses e metodologias do marxismo ".

Bento XVI advertiu, tendo refletido sobre o papel das universidades católicas, que os vestígios da teologia da libertação marxista "mais ou menos visíveis de
rebelião, divisão, dissidência, insulto, anarquia, ainda estão sendo sentidos, criando em suas comunidades diocesanas grande sofrimento e grande perda de forças de trabalho".

Por esse motivo, o Papa exortou "todos aqueles que de alguma forma se sentem atraídos, envolvidos e afetados no íntimo por certos princípios enganosos da teologia da libertação, que se confrontem novamente com a referida Instrução, acolhendo a luz benigna que a mesma oferece com mão estendida ".

Bento XVI recordou também "a regra suprema da fé da Igreja provém efetivamente da unidade que o Espírito estabeleceu entre a Sagrada Tradição, a Sagrada Escritura e do Magistério da Igreja, numa reciprocidade tal que não pode sobreviver de forma independente", como se explica na encíclica Fides et Ratio, de João Paulo II.

"Que no âmbito dos organismos e das comunidades eclesiais, o perdão oferecido e recebido em nome e por amor da Santíssima Trindade, que adoramos em nossos corações, ponha fim às tribulações da querida Igreja que peregrina na Terra da Santa Cruz ", desejou.

A Instrução Libertatis Nuntius foi emitida em 6 de agosto de 1984, após a aprovação do Papa João Paulo II, que o então Cardeal Ratzinger, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, procedeu à publicação.

O objetivo da Instrução, diz o próprio texto, é "atrair a atenção dos pastores, teólogos e todos os fiéis, sobre os desvios e os riscos de desvios, prejudiciais à fé e vida cristã, que envolvem certas formas da teologia da libertação que recorrem, de modo insuficientemente crítico, a conceitos assumidos de diversas correntes do pensamento marxista.

O texto citado diz que "a certeza de que os graves desvios ideológicos" da teologia da libertação marxista "conduz inevitavelmente a trair a causa dos pobres." Entre outras coisas, a Instrução também adverte que a análise marxista da realidade "arrasta as 'teologias da libertação' a aceitar um conjunto de posições incompatíveis com a visão cristã do homem".

Mais informações: http://www.aciprensa.com/apologetica/teologia/libertatis.htm

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Boletim mensal para formação litúrgica "Memento" Dez/2009 disponível

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Memento I-12. Dez/2009 - Natal do Senhor; O valor didático da liturgia; Lendas litúrgicas; glossário: rito, rubrica; Qual o modo correto de um ministro extraordinário comungar

Qual o modo correto de um ministro extraordinário comungar?

Antes da norma, o sentido: a Eucaristia é dom e ninguém a toma por si mesmo. É o próprio Cristo que se dá através da Igreja. Na liturgia eucarística, somente o sacerdote age in persona Christi, na pessoa/função de Cristo. Por isso, as seguintes normas do Missal Romano:

“160. Não é permitido que os próprios fiéis tomem, por si mesmos, o pão consagrado nem o cálice sagrado”.

“162. Na distribuição da Comunhão, o sacerdote pode ser ajudado por outros presbíteros eventualmente presentes. Se estes não estiverem disponíveis e o número dos comungantes for demasiado grande, o sacerdote pode chamar em seu auxílio os ministros extraordinários, isto é, o acólito devidamente instituído ou também outros fiéis, que tenham sido devidamente nomeados para isso. [...] Estes ministros não devem aproximar-se do altar antes de o sacerdote ter tomado a Comunhão; e recebem sempre da mão do sacerdote celebrante o vaso com as espécies da Santíssima Eucaristia a distribuir aos fiéis”.

Se nem os vasos contendo as espécies podem ser tomados, quanto mais tomar por si o próprio sacramento! Nem mesmo o diácono:

“182. Depois da Comunhão do sacerdote, o diácono recebe do próprio sacerdote a Comunhão sob as duas espécies e ajuda em seguida o sacerdote na distribuição da Comunhão ao povo”.

“249. O diácono comunga [...] da mão de um concelebrante, que lhe diz: O Corpo e o Sangue de Cristo (Corpus et Sanguis Christi), ao que ele responde: Amen”.

E somente sacerdotes concelebrantes ou o diácono podem ajudar na Fração do Pão e distribuição entre os vasos:

“240. Enquanto se diz o Cordeiro de Deus (Agnus Dei), o diácono ou alguns dos concelebrantes podem ajudar o celebrante principal a partir as hóstias para a Comunhão, tanto dos concelebrantes como do povo”.

Os sacerdotes concelebrantes podem comungar por si próprios:

“244. Depois o celebrante principal [...] comunga com reverência o Corpo de Cristo. O mesmo fazem os concelebrantes, que comungam por si mesmos. Depois deles, o diácono recebe do celebrante principal o Corpo do Senhor”.

“Assim no-lo ensina São Paulo: «Vós sois Corpo de Cristo e seus membros, cada um na parte que lhe toca» (1 Cor 12, 27). Com efeito, os membros não têm todos a mesma função: é isto que constitui a beleza e a vida do corpo (cf. 1 Cor 12, 14-17). É na diversidade essencial entre sacerdócio ministerial e sacerdócio comum que se entende a identidade específica dos fiéis ordenados e leigos. Por essa razão é necessário evitar a secularização dos sacerdotes e a clericalização dos leigos”. (Papa Bento XVI aos bispos do Regional Nordeste 2, 17/09/2009)

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

O fim está próximo a todo tempo

Reflexão para o 33º Domingo do Tempo Comum

Mc 13,31: “Passarão o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão”.

A proximidade do fim do ano litúrgico, que culmina com a solenidade de Cristo, Rei do Universo, nos traz à memória os ditos de Jesus sobre a consumação da história.
A vida humana é marcada pela instabilidade e incerteza quanto ao futuro. O fim da história de cada um pode se dar a qualquer momento. O próprio Jesus admite que só o Pai conhece o dia e a hora final (Mc 13,32). Diante desta angústia humana, apresenta-se-nos algo definitivo: o sacrifício redentor do Cristo (Hb 10,12). Uma vez para sempre, foi aberta a possibilidade da vida feliz sem fim para além da morte. O único capaz de vencer a morte assumiu a condição de criatura para elevar consigo tudo e todos. Pela ressurreição, Cristo nos deu aquilo que não nos pertencia e não merecíamos, a vida plena em Deus, elevando à perfeição a obra de amor iniciada na criação. Como sinal dessa aliança, Jesus instituiu a Eucaristia como memorial de sua paixão e morte. Por ela, atualizamos e perpetuamos o sacrifício único e definitivo de Jesus, até que ele venha pôr fim à angústia da criação.
Somente Deus é definitivo, eterno, completo. Sempre falta algo nos seres criados. Se não faltasse, não seriam criaturas. Assim, não há nada de definitivo que podemos nos apoiar senão nas palavras de Jesus. “Passarão o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão” (Mc 13,31). Se alguém se apega às coisas que passam, esse pode passar junto com as coisas.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Por que só o sacerdote pode erguer as mãos na consagração e na doxologia?

O Missal não diz que o sacerdote ergue as mãos, mas sim que eleva o cálice e a patena.
O oferecimento é algo específico de sua condição sacerdotal. O gesto é feito por ele e contemplado pela assembleia, que se une ao seu gesto sacerdotal com um Amen, que deveria sair do fundo do coração e da alma.
O "Por Cristo" nada mais é do que o oferecimento do sacrifício recém efetuado na consagração. Ora, é próprio do sacerdócio oferecer o sacrifício da Missa, que com a Cruz possui uma identidade substancial.
Uma boa regra para a celebração litúrgica é: o que não está estabelecido ou previsto pelas normas, não seja feito. Isso evitaria a criação constante de novos “ritos” e a necessidade de lhes atribuir algum significado, e também evitaria o desvio de foco do essencial.
“Para se conseguir a uniformidade nos gestos e atitudes do corpo na mesma celebração, os fiéis devem obedecer às indicações que, no decurso da mesma, lhes forem dadas pelo diácono, por um ministro leigo ou pelo sacerdote, de acordo com o que está estabelecido no Missal” (IGMR 43).

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Anticatolicismo, um passatempo nacional

O artigo a seguir é uma tradução livre de http://www.archny.org/news-events/columns-and-blogs/blog---the-gospel-in-the-digital-age/index.cfm?i=14042.
O que o Arcebispo de New York escreve sobre os Estados Unidos pode ser aplicado, sem muitas variantes, também ao Brasil, quiçá a todo o mundo ocidental.

Márcio Carvalho da Silva.

Anticatolicismo

29 de outubro de 2009

O artigo a seguir foi apresentado em uma forma ligeiramente mais curta para o New York Times como um artigo de opinião. O jornal se recusou a publicá-lo. Eu acho que você poderia estar interessado em ler.


É falta!
Pelo Arcebispo Timothy M. Dolan
Arcebispo de Nova York

Outubro é o mês que saboreamos o ponto alto do nosso passatempo nacional [se referindo ao futebol americano], especialmente quando uma das nossas equipes de Nova York está na World Series!

Infelizmente, a América tem outro passatempo nacional, não agradável a todos: o anticatolicismo.

Não é exagero chamar o preconceito contra a Igreja Católica um passatempo nacional. Estudiosos como Arthur Schlesinger se referem a ele como "a mais profunda tendência na história do povo americano", enquanto John Higham descreveu como "a mais exuberante e tenaz tradição de agitação paranóica da história americana". "O antissemitismo da esquerda", é como Paul Viereck lê, e o professor Philip Jenkins tem como subtítulo de seu livro sobre o tema "o último preconceito aceitável".

Se você quer os dados mais recentes desta injustiça contra a Igreja Católica, não procure mais do que alguns desses seguintes exemplos de ocorrências ao longo das últimas duas semanas:


* Em 14 de outubro, nas páginas do New York Times, o repórter Paul Vitello expôs o triste caso do abuso sexual infantil na comunidade ortodoxa judaica do Brooklyn. Segundo o artigo, foram quarenta casos de abuso nesta pequena comunidade no ano passado. No entanto, o Times não demanda a mesma chamada quando ao abordar incessantemente o mesmo tipo de abuso por parte de uma pequena minoria de sacerdotes: lançamento dos nomes dos agressores, anulação do estatuto de limitações, inquéritos externos, liberação de todos os registros, e total transparência. Em vez disso, um advogado é citado incitando os policiais a reconhecer "sensibilidades religiosas", e nenhuma crítica foi oferecida do escritório da promotoria para permitir que os rabinos ortodoxos resolvessem esses casos "internamente". Dada a horrível experiência recente própria da Igreja Católica, não estou em boa posição para criticar os nossos vizinhos judeus ortodoxos, e não pretendo fazê-lo. . . mas não posso criticar este tipo de "indignação seletiva".

Naturalmente, esta indignação seletiva provavelmente não deve surpreender-nos em tudo, como já vimos muitos outros exemplos do fenômeno nos últimos anos, quando se trata da questão do abuso sexual. Para citar apenas duas: Em 2004, o professor Carol Shakeshaft documentou o problema generalizado de abuso sexual de menores em escolas públicas do nosso país (o estudo pode ser encontrado aqui, em inglês). Em 2007, a Associated Press publicou uma série de relatórios investigativos que também mostrou os inúmeros exemplos de abuso sexual por educadores contra estudantes de escolas públicas. Tanto o estudo Shakeshaft e os relatórios de AP foram essencialmente ignorados por jornais como o New York Times, que só parecem ter padres em sua mira.

* Em 16 de outubro, Laurie Goodstein no Times ofereceu uma primeira página, sobre a história do triste episódio de um padre franciscano que teve um filho com ela. Mesmo tendo em conta que a relação com a mãe foi consensual e entre dois adultos, e que os franciscanos têm tentado lidar justamente com as responsabilidades do sacerdote errante com seu filho, esta ação é ainda pecaminosa, escandalosa e indefensável. No entanto, alguém ainda tem de se perguntar por que uma velha história de um quarto de século sobre o pecado de um padre agora é mais urgente e interessante do que a guerra no Afeganistão, a saúde, a fome e o genocídio no Sudão. Nenhum outro clérigo de outras religiões não católicas parece merecer tal atenção.

* Cinco dias depois, 21 de outubro, o Times deu sua manchete principal para a decisão do Vaticano de receber os anglicanos, que haviam solicitado a união com Roma. É justo. Desleal, porém, foi a observação do artigo, que a Santa Sé quer atrair os anglicanos. Evidentemente, a realidade é, simplesmente, que há anos milhares de anglicanos têm pedido Roma para serem aceitos na Igreja Católica, com uma sensibilidade especial para a sua própria tradição. Como o Cardeal Walter Kasper, ecumenista chefe do Vaticano, observou: "Nós não estamos pescando na lagoa Anglicana." Não é o suficiente para o Times, para eles, este foi mais um caso do Vaticano convidando e atraindo inocentes, gente boa, avidamente tirando proveito sobre as atuais tensões internas no anglicanismo.

* Finalmente, o exemplo mais candente de todos veio de domingo com um trecho imoderado e indecente de Maureen Dowd nas páginas de opinião do Times. Em uma crítica que certamente nunca teria passado com os editores se tivesse criticado uma questão islâmica, judaica, ou afroamericana, ela cava fundo no manual nativista a usar todas as caricaturas anticatólicas possíveis, da Inquisição ao Holocausto, preservativos, a obsessão com o sexo, padres pedófilos, e opressão das mulheres, o tempo todo criticando o Papa Bento XVI por seus sapatos, o seu recrutamento forçado - junto com cada menino alemão da mesma idade - para o exército alemão, a sua abertura a ex-católicos, e suas boas-vindas recente aos anglicanos.

Não fosse suficiente, a questão que desencadeou seu espasmo - a visita atual às mulheres religiosas por representantes do Vaticano - é perfeitamente discutível, e dificilmente isenta para questionar legitimamente. Mas o seu preconceito, embora talvez apropriado para o jornal "Know-Nothing" [não sei de nada] de 1850, a Ameaça, não tem lugar em uma publicação de hoje.

Eu não quero sugerir que o anticatolicismo está confinado às páginas de New York Times. Infelizmente, abundantes exemplos podem ser encontrados em muitos locais diferentes. Não vou nem começar a tentar listar os muitos casos de anticatolicismo na chamada mídia de entretenimento, pois eles são tão comuns que às vezes parecem quase rotineiros e obrigatórios. Em outro lugar, na semana passada, o deputado Patrick Kennedy fez algumas observações extremamente imprecisas e inoportunas sobre os bispos católicos, como mencionado neste blog na segunda-feira. Além disso, o Legislativo de Estado de Nova York tem cobrado um imposto especial sobre a folha de pagamento para ajudar a Autoridade Metropolitana de Transportes a financiar o seu déficit. Esta legislação solicita que as escolas públicas sejam reembolsadas do custo do imposto; escolas católicas, e outras escolas privadas, não receberão o reembolso, custando milhares a cada uma das escolas - em alguns casos, dezenas de milhares - de dólares, dinheiro que o pais e as escolas dificilmente podem dar. (Nem pode a arquidiocese, que já garante às escolas $ 30 milhões por ano.) Não é uma questão de justiça básica para a escola e para as crianças e seus pais serem tratados todos da mesma forma?

A Igreja Católica não está acima de críticas. Nós, católicos, fazemos uma boa quantidade a nós mesmos. Congratulamo-nos e esperamos por elas. Tudo o que pedimos é que a crítica seja justa, racional e precisa, o que seria de esperar de qualquer um. A desconfiança e preconceito contra a Igreja é um passatempo nacional que deve ser "derramado fora" para o bem.

Acho que o minha própria experiência na história americana deve cuidado para não me prender a respiração.

Então, novamente, ontem foi a festa de São Judas, o santo padroeiro das causas impossíveis.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Qual o momento exato da consagração em que se deve estar de joelhos?

Em vez de falar do momento exato da consagração, a Instrução Geral do Missal Romano prefere dizer que a consagração acontece ao longo da Oração eucarística, definida, no n. 78, como «uma oração de ação de graças e de consagração», isto é, a Oração eucarística, no seu conjunto, da primeira à última palavra, é oração de ação de graças e de consagração. Mas isso não impede que se fale dos elementos que a compõem, sendo um deles, «narração da instituição e consagração» (n. 79 d).

Começa com a primeira palavra da narração da instituição e termina com a elevação do cálice e sua adoração pelo povo, uma vez que o n. 151 da IGMR diz que as palavras Mistério da fé e a aclamação do povo vêm a seguir à consagração. Se vêm a seguir é porque a consagração já terminou.

Para auxiliar a uniformidade dos gestos, é possível que “um pouco antes da consagração, se parecer oportuno, o ministro pode chamar a atenção dos fiéis com um toque de campainha” (n. 150). Habitualmente, este “um pouco antes” é a epiclese, ou invocação do poder do Espírito Santo, a deduzir-se do gesto do diácono: «Desde a epiclese até à ostensão do cálice, o diácono permanece habitualmente de joelhos» (n. 179).

É permitido também, “onde for costume, que o povo permaneça de joelhos desde o fim da aclamação do Sanctus até ao fim da Oração eucarística, é bom que este se mantenha”.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Boletim mensal para formação litúrgica "Memento" Nov/2009 disponível

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Memento I-11. Nov/2009 - «Colocaram uma inscrição sobre a Sua Cabeça: "Este é o Rei"»; Os ministros inferiores; A participação do povo; A não-acepção das pessoas; Lendas litúrgicas; glossário: incenso; Qual o momento exato da consagração em que se deve estar de joelhos?; Por que só o sacerdote pode erguer as mãos na consagração e na doxologia?

terça-feira, 20 de outubro de 2009

A "Missa em latim" foi novamente permitida?

Primeiro, a língua latina nunca foi proibida, mas concedeu-se à língua vernácula (falada no lugar em que se celebra) lugar mais amplo, especialmente nas leituras e admonições. Isso ocorreu com a reforma litúrgica proposta pelo Concílio Vaticano II, na década de 1960, dêsejando que se conservasse o latim, sinal da unidade e da universalidade da Igreja.
Segundo, é preciso diferenciar o rito novo e o rito tridentino.
O rito novo, promulgado por Paulo VI em 1969, tem como língua original o próprio latim - os missais nas línguas de cada país são apenas traduções aprovadas pela Santa Sé. Basta assistir as Missas papais para perceber que são celebradas todas em latim, e apenas as leituras, a homilia e as preces da comunidade são feitas em outros idiomas.
O rito tridentino, promulgado por São Pio V em 1570 e com missal atual de 1962, isto é, antes da reforma litúrgica, ainda é permitido. É o que comumente se diz “de costas para o povo” – expressão inadequada, pois a orientação é “de frente para Deus” e também o rito novo permite esta orientação.
Ambos os usos são permitidos, são oficialmente em latim, com partes traduzidas. Qualquer católico tem o direito de assistir à Missa Romana em qualquer forma e língua, pois o que se celebra é o mistério de Cristo, independente de nossa compreensão total dos ritos.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Como e quando se fazem as genuflexões e inclinações?

A genuflexão, que se faz dobrando o joelho direito até ao solo, significa adoração; é por isso reservada ao Santíssimo Sacramento (ou à Cruz na Sexta-feira Santa).

Se o sacrário com o Santíssimo Sacramento estiver no presbitério (o mais comum), o sacerdote, o diácono e os outros ministros genuflectem, quando chegam ao altar, ou quando se afastam dele, não, porém, durante a própria celebração da Missa. Os ministros que levam a cruz ou as velas, em vez de genuflectirem fazem uma inclinação de cabeça.

A inclinação significa a reverência e a honra que se presta às próprias pessoas ou aos seus símbolos. As inclinações são de duas espécies: inclinação de cabeça e inclinação do corpo.

a) A inclinação de cabeça faz-se ao nomear as três Pessoas divinas conjuntamente, ao nome de Jesus, da Virgem Santa Maria e do Santo em cuja honra é celebrada a Missa.

b) A inclinação do corpo, ou inclinação profunda, faz-se: sempre ao altar; no Símbolo (Credo) às palavras E encarnou pelo Espírito Santo.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

A mediação de Maria

A mediação de Maria se dá pela intercessão, já testemunhada na sua história terrena como mediação materna. Elevada à glória de seu Filho, o primeiro ressuscitado, foi assimilada àquela comunhão dos santos que continuamente intercedem pela salvação de todos os homens, recorrendo à única mediação do Filho.
De fato, todos os que pertencem a Cristo são incorporados a Ele. Maria, com seu testemunho de serva, a primeira discípula, continua sua intercessão em favor da Igreja, da qual é membro supereminente por sua maternidade divina.
A obra de redenção do Filho é universal. Por Ele todos os homens são chamados à salvação, unicamente por Ele. A cooperação de Maria, sua intercessão, se reveste da mesma universalidade. Estando ela já assimilada a seu Filho, obtém-nos a graça de único Mediador. A mediação materna é subordinada, é em relação ao Filho, não em relação a si mesma.

sábado, 3 de outubro de 2009

Ano Sacerdotal, um "puxão de orelhas"

O papa Bento XVI, ao convocar um Ano Sacerdotal, quer chamar todos os sacerdotes a uma conversão interior e a uma revisão de seus ministérios. A Carta aos Sacerdotes e as reflexões feitas por ele e também por outros nos últimos meses bastam para percebemos tanto o "puxão de orelhas" em muitos sacerdotes, quanto o desejo de uma nova postura pessoal e eclesial.
A seguir, algumas citações livres, recolhidas de notícias da agência Zenit, que ilustram algumas das intenções do Ano Sacerdotal.

A eficácia deste ministério requer, portanto, que o sacerdote viva uma relação íntima com Deus, radicada em um amor profundo e em um conhecimento vivo das Sagradas Escrituras, "testemunho" escrito da Palavra divina.

Confessando-se é como se aprende a confessar. Dificilmente alguém pode ser confessor se não se confessa bem.
A causa do relaxamento do sacerdote é porque não presta atenção à Missa! Meu Deus, como é de lamentar um padre que celebra [a Missa] como se fizesse uma coisa ordinária!
Os sacerdotes não deveriam jamais resignar-se a ver os seus confessionários desertos, nem limitar-se a constatar o menosprezo dos fiéis por este sacramento.

Que a alegria seja o distintivo que se manifeste em toda a sua vida: quando pregam, quando celebram a Missa, quando trabalham no escritório e quando administram o sacramento da Reconciliação.
Muitas vezes os fiéis se aproximam com maior devoção e confiança quando nos veem serenos e alegres, quando transmitimos a paz que Cristo coloca em nossos corações.
O Santo Cura ensinava os seus paroquianos sobretudo com o testemunho da vida. Pelo seu exemplo, os fiéis aprendiam a rezar, detendo-se de bom grado diante do sacrário para uma visita a Jesus Eucaristia.

São os jovens desta nova geração que batem hoje à porta do Seminário e que necessitam encontrar formadores que sejam verdadeiros homens de Deus, sacerdotes totalmente dedicados à formação, que testemunhem o dom de si à Igreja, através do celibato e da vida austera, segundo o modelo do Cristo Bom Pastor. Assim esses jovens aprenderão a ser sensíveis ao encontro com o Senhor, na participação diária da Eucaristia, amando o silêncio e a oração, procurando, em primeiro lugar, a glória de Deus e a salvação das almas.
Os fiéis esperam somente uma coisa: que sejam especialistas na promoção do encontro do homem com Deus. Ao sacerdote não se pede para ser perito em economia, em construção ou em política. Dele espera-se que seja perito em vida espiritual.
Diante das tentações do relativismo ou do permissivismo, não é de fato necessário que o sacerdote conheça todas as atuais, mutáveis correntes de pensamento; o que os fiéis esperam dele é que seja testemunha da eterna sabedoria, contida na palavra revelada.
Cristo precisa de sacerdotes que sejam maduros, vigorosos, capazes de cultivar uma verdadeira paternidade espiritual. Para que isto aconteça, servem a honestidade consigo mesmos, a abertura ao diretor espiritual e a confiança na divina misericórdia.

O serviço pastoral “extraordinariamente fecundo” deste “anônimo pároco de uma longínqua aldeia do sul da França” é fruto de uma existência que foi “uma catequese viva”. Esta catequese “adquiria uma eficácia particularíssima quando as pessoas o viam celebrar a missa, deter-se em adoração diante do sacrário ou passar muitas horas no confessionário”.
Após o Concílio Vaticano II, “produziu-se aqui a impressão de que na missão dos sacerdotes, nesta nossa época, há algo mais urgente: alguns achavam que se deveria construir em primeiro lugar uma sociedade diferente”, ao invés de anunciar a Palavra e administrar os sacramentos.
“Rejeitai qualquer tentação de exibicionismo, carreirismo ou vaidade.
“Tendei para um estilo de vida caracterizado verdadeiramente pela caridade, castidade e humildade, à imitação de Cristo, o eterno Sumo Sacerdote, do qual vos deveis tornar imagem viva.
Os sacerdotes que não têm vocação para serem burocratas, só se tornam um deles quando são oprimidos e desmoralizados por uma diocese severa que possui “grandes iniciativas” e por alguns bispos que querem uma vida tranquila.

O sacerdote deve ser todo de Cristo e todo da Igreja, à qual é chamado a se dedicar com amor incondicional, como um marido fiel a sua esposa.
O sacerdote é um homem inteiro do Senhor, porque é o próprio Deus quem o chama e o constitui em seu serviço apostólico. E precisamente sendo inteiro do Senhor, é inteiro dos homens, para os homens.
Eu mesmo [Bento XVI] guardo ainda no coração a recordação do primeiro pároco junto de quem exerci o meu ministério de jovem sacerdote: deixou-me o exemplo de uma dedicação sem reservas ao próprio serviço sacerdotal, a ponto de encontrar a morte durante o próprio ato de levar o viático a um doente grave.
Logo que [João Maria Vianney] chegou, escolheu a igreja por sua habitação. Entrava na igreja antes da aurora e não saía de lá senão à tardinha depois do Angelus. Quando precisavam dele, deviam procurá-lo lá.
Com as longas permanências na igreja junto do sacrário, fez com que os fiéis começassem a imitá-lo, indo até lá visitar Jesus, e ao mesmo tempo estivessem seguros de que lá encontrariam o seu pároco, disponível para os ouvir e perdoar. Em seguida, a multidão crescente dos penitentes, provenientes de toda a França, haveria de o reter no confessionário até 16 horas por dia.

"Senhor, dai-nos santos sacerdotes e dignos ministros"

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Instrução Dignitas Personae. Sobre algumas questões de bioética

Resenha:

CONGREGAÇÃO PARA A DOUTRINA DA FÉ. Instrução Dignitas Personae. Sobre algumas questões de bioética. Roma, 2008. Disponível em: http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/rc_con_cfaith_doc_20081208_dignitas-personae_po.html.

Esta Instrução da Congregação para a Doutrina da Fé sobre algumas questões de bioética parte do princípio da dignidade de toda pessoa humana e de que desde a concepção é devida a dignidade própria de uma pessoa. É uma atualização da Instrução Donum Vitae, pelos seus vinte anos de publicação, que conserva intacto seu valor, mas se fez necessário abordar novas questões da tecnologia biomédica (n. 1).

A Igreja Católica propõe uma visão integral do homem, na sua totalidade corporal e espiritual, e, para tanto, recorre à razão e a fé em suas proposições e avaliações. Incentiva a investigação científica, vista como serviço ao bem integral da vida e da dignidade de cada ser humano, e espera que os avanços sejam colocados ao alcance de todos (n. 3).

Argumentando pela fé, a dignidade da pessoa advém do fato de que esta possui uma vocação eterna e é chamada a partilhar o amor trinitário do Deus vivo. A origem da vida humana tem o seu contexto autêntico no matrimônio e na família, onde é gerada através de um ato que exprime o amor recíproco entre o homem e a mulher e que é símbolo do amor divino (n. 6-8).

À luz destes princípios, passa-se à avaliação dos novos problemas.

Em matéria de procriação, as técnicas que se apresentam como uma ajuda ou como cura da infertilidade não devem ser recusadas pelo fato de serem artificiais. Devem ser avaliadas com referência à dignidade da pessoa humana, respeitando o direito à vida e à integridade física de cada ser humano, a unidade do matrimônio e os valores especificamente humanos da sexualidade. Desse modo, são de excluir todas as técnicas de fecundação que substituem o ato conjugal, a menos que se configure apenas como uma facilitação e um auxílio para que aquele atinja a sua finalidade natural (n. 12-13).

As fecundações in vitro são inaceitáveis quando comportam eliminação voluntária de embriões. Mesmo quando a eliminação não é diretamente querida não é admissível, pois há uma dissociação da procriação do contexto integralmente pessoal do ato conjugal entre homem e mulher (n. 14-16). Por este mesmo motivo, também é ilícita a Injeção Intra-Citoplasmática de Esperma (ICSI) (n. 17) e o congelamento de ovócitos (n. 20), pois têm em vista uma fecundação in vitro.

O congelamento de embriões pressupõe a fecundação in vitro e não leva em conta a dignidade de pessoa do embrião, tratado como mero material biológico. O fato de que existem milhares de embriões congelados é uma injustiça irreparável (n. 18-19).

A redução embrionária, o diagnóstico pré-implantatório e quaisquer formas de intercepção e contra-gestação são moralmente ilícitos, pois caracterizam eliminação de embriões (n. 21-23).

Quanto à terapia genética, as intervenções nas células somáticas com finalidade estritamente terapêutica são, em linha de princípio, moralmente lícitas, observado o princípio deontológico geral. No estado atual da investigação da terapia genética germinal, não é moralmente admissível agir de modo que os potenciais danos derivantes se propaguem à descendência (n. 26-27).

A clonagem humana é intrinsecamente ilícita, enquanto pretende dar origem a um novo ser humano sem relação com o ato conjugal e sem nenhuma ligação com a sexualidade. O fato de uma pessoa determinar as características genéticas de outra representa uma grave ofensa à dignidade desta última (n. 28-30).

Sobre o uso de células estaminais, vale o princípio de que sua extração não danifique gravemente o sujeito (n. 32).

A hibridação, mistura de elementos genéticos humanos e animais, é uma ofensa à dignidade do ser humano por alterar a identidade específica do homem, além dos riscos ainda desconhecidos (n. 33).

Os cadáveres de embriões ou fetos humanos “não podem ser objeto de mutilação ou autópsia se a sua morte não for assegurada e sem o consentimento dos pais” e que “não tenha havido nenhuma cumplicidade com o aborto voluntário e que seja evitado o perigo de escândalo” (n. 35).

Sem deixar de reconhecer os problemas nos diversos aspectos da vida humana (n. 36), a Instrução Dignitas Personae reconhece que, nas suas proibições, está respondendo a uma real necessidade de defesa da dignidade da pessoa, sendo a Igreja, mais uma vez, voz daqueles que não a tem, naqueles campos em que atualmente o homem pode fazer mau uso de sua capacidade.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

O anúncio da verdade

A Carta Encíclica Caritas in Veritate[1] do papa Bento XVI, publicada a 29 de junho de 2009, trata do desenvolvimento humano integral e coloca a verdade como indispensável à caridade, contra todo relativismo. O atual cenário de crise mundial e a necessidade de novas formas de relação teve muito peso na elaboração da carta. Pretendo, nesta resenha, de forma sintética e limitada, abordar o tema da verdade como essencial ao anúncio cristão.

“Defender a verdade, propô-la com humildade e convicção e testemunhá-la na vida são formas exigentes e imprescindíveis de caridade. Esta, de fato, « rejubila com a verdade » (1 Cor 13, 6)”[2]. O anúncio de Jesus Cristo, isto é, da Verdade (cf. Jo 14, 6), é caminho e força para o desenvolvimento humano integral.

Caridade (amor) sem verdade é carente de sentido e se torna sentimentalismo[3].

“No atual contexto social e cultural, em que aparece generalizada a tendência de relativizar a verdade, viver a caridade na verdade leva a compreender que a adesão aos valores do cristianismo é um elemento útil e mesmo indispensável para a construção duma boa sociedade e dum verdadeiro desenvolvimento humano integral”[4].

Aqui se está afirmando a validade universal e a indispensabilidade dos “valores do cristianismo”, não necessariamente a pertença ao cristianismo. Como a verdade é um dos eixos principais da carta, de modo nenhum o papa poderia negar – e não o fez – o caráter de verdade do cristianismo e a universalidade salvífica de Jesus Cristo[5].

A CARIDADE, MANIFESTAÇÃO DA VERDADE

“A verdade há-de ser procurada, encontrada e expressa na « economia » da caridade”[6]. Esta contribui para “acreditar a verdade, mostrando o seu poder de autenticação e persuasão na vida social concreta”[7]. A caridade é a prática da verdade.

Destinatários do amor (graça) de Deus (Trindade), “os homens são constituídos sujeitos de caridade, chamados a fazerem-se eles mesmos instrumentos da graça, para difundir a caridade de Deus e tecer redes de caridade”[8].

O mundo em crescente globalização e, ao mesmo tempo, tendente ao relativismo, corre o risco de que não faça corresponder a todos uma “ética das consciências e das inteligências”[9]. A caridade guiada pela verdade exige que haja “critérios orientadores da ação moral”[10], tais como são a justiça e o bem comum[11].

Na linha do Concílio Vaticano II e de Paulo VI na Populorum Progressio, Bento XVI reafirma que o serviço da caridade da Igreja “tende a promover o desenvolvimento integral do homem”, entendido quanto “à totalidade da pessoa em todas as suas dimensões”, sem que se exclua “a perspectiva duma vida eterna”[12].

A caridade é meio de evangelização. “O testemunho da caridade de Cristo através de obras de justiça, paz e desenvolvimento faz parte da evangelização”[13].

CENTRALIDADE DO HOMEM PARA O VERDADEIRO DESENVOLVIMENTO

O progresso tem um aspecto transcendente que é o da vocação: “cada homem é chamado a desenvolver-se”[14]. O caráter de verdade da caridade impõe que cada ação vise “promover todos os homens e o homem todo”[15], segundo “o ideal cristão de uma única família dos povos, solidária na fraternidade comum”[16]:

O Evangelho é elemento fundamental do desenvolvimento, porque lá Cristo, com « a própria revelação do mistério do Pai e do seu amor, revela o homem a si mesmo » (Gaudium et Spes, 22). Instruída pelo seu Senhor, a Igreja perscruta os sinais dos tempos e interpreta-os, oferecendo ao mundo « o que possui como próprio: uma visão global do homem e da humanidade » (Populorum Progressio, 13)”.

A negação do caráter transcendente reduz o homem “à categoria de meio para o desenvolvimento”. Como argumento a favor da transcendência pode-se aduzir que “as causas do subdesenvolvimento não são primariamente de ordem material”. São elas:

“Em primeiro lugar, na vontade, que muitas vezes descuida os deveres da solidariedade. Em segundo, no pensamento, que nem sempre sabe orientar convenientemente o querer; por isso, para a prossecução do desenvolvimento, servem « pensadores capazes de reflexão profunda, em busca de um humanismo novo, que permita ao homem moderno o encontro de si mesmo »”[17].

Servem de instrumentos ou meios (não como fins em si mesmos) para o desenvolvimento integral e o progresso do homem estruturas econômicas e instituições[18], o lucro sustentável orientado ao bem comum[19], os poderes públicos[20], o mercado[21], a empresa[22], a técnica[23].

“Tudo quanto existe sobre a terra deve ser ordenado em função do homem, como seu centro e seu termo: neste ponto existe um acordo quase geral entre crentes e não crentes”[24].

CONCLUSÃO

“O homem não é capaz de gerir sozinho o próprio progresso”[25] porque a verdade lhe é superior, é dom de Deus, assim como a caridade. A Igreja “tem uma missão ao serviço da verdade”[26] que é irrenunciável. “A verdade une os espíritos entre si e fá-los pensar em uníssono”[27], de modo que é preciso que haja uma busca comum da verdade.

É inerente ao cristão o anúncio inequívoco da verdade que é Cristo. Anúncio este feito com a caridade que tem sua fonte em Deus.



[1] BENTO XVI. Carta Encíclica Caritas in Veritate. Sobre o desenvolvimento humano integral na caridade e na verdade. Roma, 2009. Disponível em: http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/encyclicals/documents/hf_ben-xvi_enc_20090629_caritas-in-veritate_po.html. Acesso em 03 de setembro de 2009.

[2] Ibid., 1.

[3] Ibid., 3.

[4] Ibid., 4.

[5] Cf. CONGREGAÇÃO PARA A DOUTRINA DA FÉ. Declaração Dominus Iesus. Sobre a unicidade e a universalidade salvífica de Jesus Cristo e da Igreja. Roma, 2000. Disponível em: http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/rc_con_cfaith_doc_20000806_dominus-iesus_po.html. Acesso em 03 de setembro de 2009.

[6] BENTO XVI. op. cit., 2

[7] Ibid., 2.

[8] Ibid., 5.

[9] Ibid., 9.

[10] Ibid., 6.

[11] Ibid., 6-7.

[12] Ibid., 11.

[13] Ibid., 13.

[14] Ibid., 16.

[15] PAULO VI, Carta encíclica Populorum progressio, 15 apud BENTO XVI. Op.cit., 18.

[16] Ibid., 13.

[17] Ibid., 19, citando PAULO VI, Op. cit., 20.

[18] Ibid., 17.

[19] Ibid., 21.

[20] Ibid., 24.

[21] Ibid., 35-39.

[22] Ibid., 40-41.

[23] Ibid., 68-77.

[24] CONCÍLIO ECUMÊNICO VATICANO II, Constituição pastoral sobre a Igreja no mundo contemporâneo Gaudium et spes, 12. apud BENTO XVI, Op. cit., 57.

[25] BENTO XVI, Op. cit., 78.

[26] Ibid., 9.

[27] Ibid., 54.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Importa que não haja escândalos

"Mas todo o que fizer cair no pecado a um destes pequeninos que creem em mim, melhor lhe fora que uma pedra de moinho lhe fosse posta ao pescoço e o lançassem ao mar!" (Mc 9,42)

Ao longo destes domingos do Tempo Comum, estamos sendo formados como discípulos de Jesus. Tem grande importância no evangelho do 26° Domingo o “nome de Jesus”: o discípulo é aquela que honra este Nome, cumprindo o mandato missionário de anunciar e fazer discípulos de todas as nações.
A narrativa fala do ciúme dos discípulos diretos de Jesus para com outros grupos, que usavam o nome de Jesus. O verdadeiro discípulo não rejeita absolutamente nada daquilo que há de verdadeiro e santo noutras religiões. Considera com sincero respeito esses modos de agir e de viver, esses preceitos e doutrinas que, embora em muitos pontos estejam em discordância com aquilo que a Igreja de Cristo afirma e ensina, muitas vezes refletem um raio daquela Verdade que ilumina todos os homens, sem negar a verdade profunda, tanto a respeito de Deus como da salvação dos homens, que se manifesta a nós por revelação na pessoa de Cristo (cf. Declaração Dominus Iesus sobre a unicidade e a universalidade salvífica de Jesus Cristo e da Igreja).
“Dos mais diversos lugares e tradições, todos são chamados, em Cristo, a participar na unidade da família dos filhos de Deus [...]. Jesus abate os muros de divisão e realiza a unificação, de um modo original e supremo, por meio da participação no seu mistério” (JOÃO PAULO II, Carta Enc. Fides et ratio, n. 15).
Importa mesmo é que não haja escândalos, principalmente por parte daqueles que devem ser testemunhas do nome de Jesus, colocados à frente dos “pequeninos que creem” (Mc 9,42). Também os ricos, como trata a segunda leitura, têm que cuidar para que sua riqueza perecível não se torne motivo de escândalo. Porque a esses muito foi dado, muito será pedido.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

O pão descido do céu que nos leva ao céu

Jo 6, 50: “Este é o pão que desceu do céu, para que não morra todo aquele que dele comer”.
Reflexão para o 19
º Domingo do Tempo Comum - Ano B

As autoridades dos judeus não reconheciam em Jesus o enviado de Deus porque não esperavam mais de Deus, confiavam somente na própria autoridade de mestres. Davam por concluída a revelação de Deus pela Escritura e esperavam somente um líder que pudesse reabilitar seu pleno poder material.

Deus, porém, é inesgotável. O Pai atrai constantemente a todos e ensina através de seu Espírito. A revelação plena se deu em Jesus Cristo, o Filho, mas temos a necessidade de que o Espírito Santo renove constantemente nossas forças e nosso entendimento, para que possamos experimentar de forma plena a encarnação de Deus – divinização do homem.

Como Elias recebeu pelo pão a força para o caminho até o Horeb (monte da revelação), o cristão tem na Eucaristia o vigor necessário para a peregrinação rumo a Deus. Parece pão perecível como o de Elias ou como o maná, mas é pão da vida eterna. Os sentidos nos dizem que é pão; a fé revelada nos diz que é o Cristo Ressuscitado! Os que comeram do maná morreram sem chegar à meta, a terra prometida. Os que comungam da Eucaristia experimentam a presença da vida eterna já.

A Eucaristia nos é sinal daquilo que é a vida do ressuscitado: não uma prolongação desta vida biológica, mas algo diferente. Nada do que é perecível permanece. Tudo é novo de tal modo que não podemos compreender senão na Eucaristia: sinal (sacramento)-participação do que experimentaremos no último dia.

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