Reflexão para o 18º Domingo do Tempo Comum
Mt 14,19: “Ergueu os olhos para o céu e pronunciou a bênção. Em seguida, partiu os pães e os deu aos discípulos. Os discípulos os distribuíram às multidões.” (Veja também: 1ª leitura: Is 55,1-3; Salmo 145; 2ª leitura: Rm 8,35.37-39; Evangelho: Mt 14,13-21).
Uma multidão com fome
A insistência dos evangelistas nos relatos de multiplicação de pães operado por Jesus não pode deixar dúvidas de que se trata de verdadeiro milagre ou sinal, no dizer de São João. O número ínfimo de pães, a enorme multidão que come até se fartar, o exagero das sobras não admite outra explicação senão o grande poder de Deus, que sacia além das expectativas e para sempre (1ª leitura e Salmo).
O relato deste banquete da multidão em Mateus inicia-se contrapondo ao banquete de morte preparado por Herodes, em que foi morto João Batista. Enquanto os discípulos querem despedir o povo para que comprem sua própria comida, Jesus ensina a ter compaixão de todos aqueles que buscam n'Ele um alimento espiritual. Noutros episódios, vemos que Jesus se afasta dos que buscam mera cura física ou bem estar material.
A Tradição da Igreja sempre reconheceu nestes relatos milagrosos (Catecismo, n. 1335) a bonança do Reino do Messias, prometida pelos profetas, em que Deus há de saciar para sempre toda fome do homem. Isto há de se concretizar na eternidade, porque a fome é de vida verdadeira, mas temos já sua prefiguração no banquete eucarístico em que acolhemos o próprio Deus-homem ressuscitado.
O convite é para que todos se saciem; cabe a nós não despedir a multidão e zelar para que a Comida não seja desperdiçada.
Márcio Carvalho da Silva
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