Reflexão para o 3º Domingo da Quaresma - Ano B
Jo 2,17: “Seus discípulos lembraram-se, mais tarde, que a Escritura diz: ‘O zelo por tua casa me consumirá’.” (Veja também: 1ª leitura: Ex 20,1-17; Salmo 19; 2ª leitura: 1Cor 1,22-25; Evangelho: Jo 2,13-25).
A ira e a misericórdia de Deus
A
forma de nos relacionarmos com Deus – a religião – é uma virtude a ser
exercitada como todas as outras virtudes. A religião cristã,
particularmente, é o exercício da fé revelada.
Nossa
fé não é produto da mente dos homens, mas foi revelada pelo próprio
Deus. No princípio, deu ao povo hebreu uma Lei, baseada no Amor, mas que
por isso comporta negações. A misericórdia e a justiça andam lado a
lado, a suavidade e a severidade são expressões de um mesmo Amor terno e
exigente. O que a Lei proíbe é para preservar o homem da escravidão a
que está sujeito se usar mal a sua liberdade.
A
boa notícia de Deus, Jesus Cristo, é o modelo de virtude. Cumpre a Lei,
vai ao Templo, cura e consola, ao mesmo tempo que corrige e denuncia,
usa da ira com a razão, em vista do bem, sem medo ou comodismo.
Ele
dá o verdadeiro sentido do Templo, hoje sua Igreja, seu Corpo vivo: a
finalidade da Igreja é a oração, a união com Deus, que se dará em
definitivo na ressurreição.
O
Evangelho de hoje termina com uma curiosa informação: “Vendo os sinais
que realizava, muitos creram no seu nome. Mas Jesus não lhes dava
crédito, pois ele conhecia a todos”. Esses a quem Jesus não dá crédito,
mesmo que acreditem, são aqueles que creem com interesse egoísta; que
pretendem comprar, negociar com Deus, buscando somente os sinais e
milagres. A verdadeira religião é amar a Deus sobre todas as coisas:
isso implica em cumprir seus mandamentos e fazer chegar a todos sua
presença viva, seu Corpo, sua Igreja.
Márcio Carvalho
Um comentário:
O Departamento de Estado norte-americano acrescentou o Vaticano pela primeira vez a uma lista de outros 67 países potencialmente suscetíveis à lavagem de dinheiro. Em seu relatório anual sobre a estratégia para o controle do narcotráfico (International Narcotics Control Strategy), o governo dos EUA inseriu a Santa Sé na categoria dedicada aos países com "jurisdições preocupantes", juntamente, dentre outros, com Albânia, República Tcheca, Egito, Coreia do Sul, Malásia, Vietnã e Iêmen.
A reportagem é do sítio Vatican Insider, 08-03-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
A categoria na qual o Vaticano foi inserido é de um nível inferior à dos países que despertam "extremo alerta", uma lista negra de países como o Afeganistão, Austrália, Brasil, Ilhas Cayman, China, Japão, Rússia, Grã-Bretanha, e até mesmo os Estados Unidos, Uruguai e Zimbábue.
O Vaticano, explicou um funcionário do Departamento de Estado que quis manter o anonimato, aprovou pela primeira vez em 2011 um programa antilavagem de dinheiro, mas será necessário um ano para ver o quanto será eficaz. Portanto, ele é "potencialmente vulnerável" ao problema por causa do maciço afluxo de dinheiro que circula entre a Santa Sé e o resto do mundo.
O Papa Bento XVI criou, no dia 30 de dezembro de 2010, a Autoridade de Informação Financeira, que deverá permitir que o Vaticano se alinhe às normas internacionais de combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo.
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