segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Amo o Papa, apesar das angústias

Amo o Papa desde que soube o que era o Papa.
Eu, como todos os atuais católicos adultos, fomos acostumados a um estilo de ministério pastoral petrino diferente deste de Francisco. Isso incomodou muitos, inclusive a mim. Fez-nos relembrar a História bimilenar da Santa Igreja Romana com suas luzes e sombras.
Estávamos acostumados a discursos claros e inequívocos, profundos porém acessíveis. Lembro que li e entendi Fides et ratio aos 14 anos. As poucas palavras difíceis me fizeram procurar seu significado, tamanha a coerência daquele discurso. Quem substituiria o grande João Paulo II? Não é questão de substituição ou comparação de qualidade, mas é uma pergunta absolutamente normal e uma angústia comum nos católicos em tempo de conclave. Ainda mais depois de 27 anos de pontificado.
Veio Bento XVI - que será lembrado como Magno, escrevam - e nos trouxe 8 anos de alívio. Pelo menos para os católicos de frente de batalha, que põe a mão na massa, os joelhos no chão, os ouvidos no Magistério e os olhos na Cruz, as fofocas de tablóides não conseguiram obscurecer o reinado humilde e heróico do Papa Ratzinger.
Agora, Francisco surpreende com quebras de protocolo e discurso obscuro. Não estávamos acostumados a ver um papa ter que se explicar tanto. A cada entrevista, uma surpresa. A cada aparição do porta-voz, certeza de alguma nota. Eu, no meu amor filial, rezei e continuo rezando por ele para que não caia na armadilha dos falsos conselhos, atuais ou de juventude. Nosso papa certamente não estava acostumado a ser a voz inerrante, doce e firme de 2 mil anos de Tradição, ainda mais em um tempo em que seu rebanho o ouve e interpela em tempo real. Não há tempo para pensar, ensaiar ou rascunhar. Estilo próprio, ele tem. Haja coração!
Nenhum papa é incriticável. Podemos ter preferências, salvo a obediência e respeito que se deve a todos, nos limites do direito. O fato que, para mim, é conforto quando a angústia aparece, é que nosso sui generis Supremo Pastor tem contato com seu predecessor (caso também sui generis!) e, ao que me parece, há uma "confirmação" mútua.
Ainda que não seja para todos nítidos os limites da obediência e respeito ao Romano Pontífice, resta claro que também é novidade o alcance da figura do Papa nos últimos anos. O poder dos mass media molda as percepções, de modo que é fácil cairmos nos lugares comuns das generalizações e das manchetes alarmistas. Se para o católico é chocante qualquer notícia de "revolução" no seio da Igreja, para o espírito moderno é a realização dos desejos mais profundos implantados por ninguém sabe quem.
Vou continuar amando e jurando fidelidade ao Papa, seja ele quem for. Não serei fiel aos seus métodos, pois estes não tem a garantia da promessa da infalibilidade, mas pedirei a graça de entender e amar mais o Doce Cristo na Terra.

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