quarta-feira, 25 de maio de 2011

Desabafo litúrgico

Recebi por email e encontrei o original em http://julianoribeiro.blogspot.com/
É muito bom quando essa atitude vem dos principais responsáveis pela liturgia. Isso prova que o novo movimento litúrgico está em curso e produzindo frutos.


"Juliano Ribeiro Almeida, presbítero diocesano
Sem querer ser um rubricista fanático ou um fundamentalista ultrapassado, aponto aqui umas impressões que tenho tido sobre abusos litúrgicos, alguns dos quais insistentemente corrigidos pela Santa Sé, que persistem por entre nossas comunidades:
1) o monte de "coisas" que acrescentam-se ao rito da Missa - os tradicionais "parabéns pra você", as homenagens exageradas e voluntaristas, os "avisos paroquiais" maiores que homilia, os "pitos" passados pelo padre;
2) as insistentes procissões que são inventadas a cada dia: a de entrada do lecionário, as entradas de bugingangas no canto de preparação das oferendas que ofuscam o pão e o vinho;
3) os cartazes pregados por todo canto como se a igreja fosse muro ou praça pública;
4) as mesinhas para tanta coisa (mesa para vela, mesa para imagem, para cruz, para livro litúrgico, para a bíblia etc) congestionando o espaço litúrgico;
5) os excessos de pano na igreja, espalhados sobre o altar, o ambão, a credência, as outras mesinhas e suportes; os babados, os laços, as cortinas, as rendas baratíssimas;
6) as toalhas imensas que escondem o altar ao invés de orná-lo, as toalhas cheias de pinturas chamativas ao invés de sóbrios símbolos eucarísticos;
7) as flores de plástico, os crucifixos feitos de materiais sem qualidade, as imagens de santos amarradas com terços e fitinhas;
8) as capinhas para leitores - os mesmos padres que vão tirando cada vez mais suas próprias (e necessárias) vestes litúrgicas (como amito, cíngulo, casula, capa etc) vão enchendo os leigos de mais vestes paralitúrgicas, cada vez maiores e mais coloridas;
9) a repetição de imagens pela mesma igreja: crucifixo na parede mais crucifixo no altar e mais cruz processional; 3, 4 imagens do padroeiro uma ao lado da outra; várias "nossas senhoras" uma ao lado da outra;
10) a "regra" que diz que é proibido colocar as velas sobre o altar - e que cria a necessidade de "suportes" para velas, verdadeiras estantes, quase outros altares só para colocar a vela
11) a insistência em colocar apenas uma pobre vela junto do altar, quando o Missal manda colocar 6 ou, se não for possível, ao menos 2;
12) a multiplicidade de cores de velas: vela vermelha, vela verde etc, sendo que vela de verdade é na cor natural da cera virgem;
13) as alfaias feitas de pano que simplesmente não enxugam nada, com pintura que endurecem o tecido;
14) a mania de o padre mudar as orações da missa, omitir ou acrescentar, a todo momento, inventar variações por conta própria, pedir para o povo dizer junto o que compete a ele dizer;
15) as homilias que falam de vários assuntos (pastorais, políticos, sociais, psicológicos etc) ao invés de explicar as leituras bíblicas e de amparar-se no catecismo da Igreja para a explicação do mistério celebrado;
16) a forma desrespeitosa de se lidar com os objetos litúrgicos (vasos sagrados, cruz, turíbulo etc); pior ainda é o descaso no transporte e distribuição da santa Eucaristia...;
17) a substituição dos vasos sagrados dignos, exigidos pela Igreja para a Missa, por meras "vasilhinhas", "tacinhas", "potes" (que levarão o Corpo de Deus!);
18) os sacrários feitos de qualquer jeito, sem decoro ou dignidade, que não inspiram respeito e que o povo "passa a mão" à vontade; também as lâmpadas de sacrário que têm em vista apenas o aspecto prático;
19) as entradas de tantas parafernálias na celebração do Matrimônio (damas disso, damas daquilo, que jogam pétalas, entram com bíblia, com imagem, com presentinhos etc...), os vários "padrinhos", que nem existem oficialmente (o que existem são testemunhas);
20) as músicas que fogem completamente do que é EXIGIDO pela Igreja para serem litúrgicas; a utilização de músicas tipicamente protestantes nas celebrações; as paródias (missas sertanejas etc); a utilização de músicas profanas dentro da liturgia... (isso sem falar da falta de formação técnica e pastoral dos músicos, da falta de ensaio e preparação etc);
21) a comunhão recebida pelo fiel com os dedos "em pinça"; a contrariedade do fiel em receber a comunhão na boca quando as circunstâncias exigem; o persistente erro litúrgico da comunhão sob duas espécies como é feita na diocese de Cachoeiro de Itapemirim (o próprio fiel fazendo a intição do Corpo no Sangue de Cristo)...
22) as músicas longuíssimas de "saudação da paz" e o costume de fazer uma verdadeira bagunça nesse rito (quebrando o clima de oração para cumprimentar dezenas de pessoas pela igreja), sendo que esse gesto deveria ser discreto e rápido, pela ênfase que se deve dar ao "Cordeiro de Deus" que vem em seguida;
23) o costume de o povo dizer, junto com o padre, os nomes das Pessoas trinitárias enquanto se faz o sinal da cruz, tanto no início como no fim das celebrações (o correto é o povo dizer somente o "amém" ao final);
24) o costume de o fiel estender a mão direita em direção ao pão no momento da consagração eucarística, gesto reservado aos sacerdotes concelebrantes (pior ainda é quando o fiel também pronuncia as palavras da consagração!);
... (Esse texto está ainda em construção... Envie suas sugestões de acréscimos para o meu email julianorial@gmail.com)"

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