A Mensagem do Papa Bento XVI para o 44º Dia Mundial da Paz, dia 1º de janeiro de 2011, tem como tema a “Liberdade religiosa, caminho para a paz”. Movido pelos recentes acontecimentos de violência e intolerância religiosa, o Papa exorta aos homens e mulheres de boa vontade a renovarem o seu compromisso pela construção de um mundo onde todos sejam livres para professar a sua própria religião ou a sua fé.
“Sem o reconhecimento do próprio ser espiritual, sem a abertura ao transcendente, a pessoa humana retrai-se sobre si mesma, não consegue encontrar resposta para as perguntas do seu coração sobre o sentido da vida e dotar-se de valores e princípios éticos duradouros, nem consegue sequer experimentar uma liberdade autêntica e desenvolver uma sociedade justa.” A religião tem sua dimensão pessoal e pública que deve ser preservada por ser força de liberdade e de civilização. Por isso não pode ser instrumentalizada nem imposta pela força.
A própria Igreja nada rejeita do que nas outras religiões existe de verdadeiro e santo. «Olha com sincero respeito esses modos de agir e viver, esses preceitos e doutrinas que, embora se afastem em muitos pontos daqueles que ela própria segue e propõe, todavia refletem não raramente um raio da verdade que ilumina todos os homens», o que não significa relativismo ou sincretismo religioso, mas busca comum da verdade em diversos âmbitos vitais.
“Que os discípulos de Cristo não desanimem com as presentes adversidades, porque o testemunho do Evangelho é e será sempre sinal de contradição”, anima o Papa, indicando a via do perdão e da não-violência.
“A paz é um dom de Deus e, ao mesmo tempo, um projeto a realizar, nunca totalmente cumprido. Uma sociedade reconciliada com Deus está mais perto da paz, que não é simples ausência de guerra, nem mero fruto do predomínio militar ou econômico, e menos ainda de astúcias enganadoras ou de hábeis manipulações. Pelo contrário, a paz é o resultado de um processo de purificação e elevação cultural, moral e espiritual de cada pessoa e povo, no qual a dignidade humana é plenamente respeitada.”
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