segunda-feira, 14 de março de 2011

Como ir à Missa e não perder a fé - parte III

Tradução de: BUX, Nicola. Come andare a Messa e non perdere la fede. Milão: Piemme, 2010.

Cap. I – Em que condições está a Missa
Continuação:
Novo movimento litúrgico
Novo movimento não quer dizer um outro movimento, mas a recuperação de um dos mais famosos, se você não gosta de falar de “reforma  da reforma”: se a Igreja é semper reformanda, a liturgia em certo sentido caminha ao mesmo passo. Esta é "renovação na continuidade do único sujeito-Igreja, que o Senhor nos concedeu." (BENEDETTO XVI, Discorso alla Curia Romana, 22 dicembre 2005.) Então, por que acusar de ignorância litúrgica o que fala? Por que temer uma espécie de retrocesso por Bento XVI?
Que o movimento litúrgico superou a separação entre clérigos e leigos, redescobriu a liturgia como ação do homem, a liturgia da palavra como a presença do Senhor, o valor dos gestos corporais, símbolos e rituais, pode ser verdade. Pergunta-se, entretanto, se não tem sido absolutizados o suficiente para causar o que comumente é considerado perda do sagrado. O sagrado é aquilo que é dado ao homem na revelação. O sagrado é o visível da dimensão religiosa, e é importante a sua permanência. Daí a insistência da liturgia de hoje sobre o evento (ou seja, no nunc, agora) em detrimento da permanência do sagrado (hic, aqui), que o ritual acontece e não dura; e ainda "a linguagem da fé chamou mistério esse excedente em relação ao mero momento histórico e foi condensado no termo mistério pascal o núcleo mais íntimo do evento redentor." (J. RATZINGER, Davanti al Protagonista, Cantagalli, Siena 2009, p. 130.) A rejeição deste excedente, de fato, levou à remoção do sinal máximo da permanência do divino: o sacrário, embora Ambrósio afirme: "Que coisa é o altar de Cristo senão a imagem do corpo de Cristo?", Assim "O altar é a imagem do corpo de Cristo e o corpo de Cristo está sobre o altar" (SANT’AMBROGIO, De Sacramentis, 5, 7; CSEL 73, 61; PL 16, 447.).
Depois, causa desconforto o tabernáculo no altar de celebração?
A “reforma da reforma” deseja reequilibrar o evento e a permanência, reunir hic et nunc. A realidade da liturgia e seu mistério é sagrada e deve acontecer de novo em nossos corações, que é onde começa a renovação litúrgica. Em seguida, vem a participação externa. Falaremos sobre isso. Enquanto isso, aos que opõe que o Papa quis punir os abusos mais que recuper os usos, pode-se responder que é da própria euforia de recuperar os usos que nascem os abusos: a denúncia vem do Papas: Paulo VI, em primeiro lugar, como mencionado acima, em seguida, João Paulo I, que prometeu restaurar a disciplina, e até mesmo o Papa João Paulo II. O que aconteceu foi que por força de estar atento à perspectiva simbólico-ritual, viemos a perder a canônico-disciplinar. Para se chegar à instrução Redemptionis sacramentum, depois de quase
quarenta anos de reforma litúrgica, não há a menor dúvida de que as coisas não saíram completamente na direção certa?
De fato: querer a reforma da liturgia significa também aceitar humildemente a correção da reforma. Além disso, todas as reformas litúrgicas que têm sido desenvolvidas assim. Alguém escreveu que, se a reforma litúrgica foi mal implementada, deve-se executá-la bem. Portanto, é justo contradizê-la onde é ambígua, se não, como endireitá-la? Será radical esta correção? Depende dos pontos onde são apoiado o abuso: primeiro, a contestação muitas vezes desconhecida do direito de Deus de ser adorado como ele estabeleceu e da Sé Apostólica de moderar a liturgia.
Parecem superficiais os danos? Portanto, para o novo movimento litúrgico "o impulso deve vir de quem realmente vive a fé. Tudo vai depender da existência de lugares onde a liturgia é celebrada corretamente, onde se possa viver aquilo que ela é." (J. RATZINGER, Dio e il mondo, San Paolo, Cinisello Balsamo 2005, p. 380.) Temos de avançar sem medo ou desconfiança, mas com fé, esperança e caridade, acima de tudo.

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